Site do Bloco de Esquerda de Viseu, Bloco, b.e., Esquerda de Confiança, Juntar Forças, São Pedro do Sul, Vouzela, Tabuaço, Oliveira de Frades, Santa Comba Dão, Penedono, Penalva do Castelo, Nelas, Mortágua, Tondela, Vila Nova de Paiva, Tarouca, Armamar, Resende, Cinfães, Carregal do Sal, Sernancelhe, São João da Pesqueira, Sátão, Coração de Jesus, Rio de Loba, Campo, Abraveses, São José, Orgens, António Minhoto, Osvaldo Numão, Maria Graça Pinto, Carlos Vieira, Carlos Couto, Daniel Nicola, Bandeira Pinho, Alexandrino Matos, Rui Costa, Joel Campos, António Amaro, Manuela Antunes, Carla Mendes, Joge Carneiro, Padre Costa Pinto, Francisco Louçã, Marisa Matias, Miguel Portas, Pedro Soares, Magaça
Viseu e a Universidade Pública
13-Apr-2009
A discussão não é recente, já tem uns anos, recordemos que esta
forçou várias forças políticas a apoiar os anseios da população, seja
através das suas Juventudes Partidárias, dos seus deputados eleitos
pelo círculo eleitoral de Viseu, através de fracos projectos de lei ou até promessas de governo. Em
nada adiantou o falso consenso, pois as promessas caíram, e os
interesses privados levaram a melhor. Está na altura de por o tema em
cima da mesa mais uma vez!
O Bloco de Esquerda conseguiu aprovar por unanimidade em
Assembleia Municipal, no final do ano passado, uma moção na qual propôs
a transformação do Instituto Politécnico de Viseu (IPV) em Universidade Politécnica (U.P.),
podendo a Escola Superior de Saúde albergar o curso de Medicina, sendo
a melhor solução para responder ao anseio e necessidade da população do
Distrito de Viseu. Um inquérito feito no site http://viseu.bloco.org teve como resultados uma esmagadora maioria de respostas favoráveis à criação de uma Universidade em Viseu (81%), sendo
que cerca de metade dos inquiridos defende uma U.P. (45,2%), 28,6% uma
Universidade envolvida na, e pela, cidade e apenas 7,1% acharam que a
melhor solução é a construção de uma Universidade de Raiz.
Motivos para a criação desta U.P. não
faltam, bem como os benefícios para a região.
1- A população de Viseu já chegou aos
100 000 habitantes, necessita assim de soluções académicas que acompanhem a
crescente necessidade de qualificação, evitando a necessidade de deslocação dos
jovens Viseenses para outras cidades.
2- Diversos estudos mostravam que em
2000 a região de Viseu tinha 250 mil jovens em idade de frequentar ou aceder
rapidamente ao ensino superior, e a capacidade de drenagem de cerca de 650 mil
jovens da vasta região envolvente.
3- A existência de uma Universidade Publica iria proporcionar novas
oportunidades para travar o êxodo da população para o litoral, ajudando
assim a diminuir a desertificação do interior e do distrito, pois esta universidade deveria contemplar pólos deslocalizados, como por exemplo a transformação das já existentes a Escola Superior de Tecnologia e Gestão de Lamego (ESTGL) e a Superior de Educação de Viseu - Pólo de Lamego.
4- A transformação do IPV em U.P.
permitiria resolver várias situações de falta de espaço e condições para o
desenrolar da formação, posso dar vários exemplos, na Superior de Educação de
Viseu as salas não têm espaço para todos os alunos das turmas, o laboratório de
fotografia é minúsculo e a de sala arte insuficiente, ou até na ESTGL onde os
alunos têm aulas em pré-fabricados.
5- A possibilidade da criação do curso
de Medicina na Superior de Saúde irá responder á necessidade de médicos no
Sistema Nacional de Saúde evitando o recurso a médicos já em reforma e do
estrangeiro.
6-A dinâmica criada por uma
Universidade proporcionaria o pensamento, debate e estudo racional sobre os
problemas da região, contribuindo assim para o desenvolvimento sustentável da
cidade e distrito.
7- Viseu é uma cidade central, com
acesso rodoviário privilegiado que deixa Viseu perto de grande parte da região
Centro/Norte, estando apenas a faltar a ligação Ferroviária e a transformação
do IP3 para Coimbra em auto-estrada.
8- A existência de ensino superior
privado em Viseu não pode servir de desculpa para a desresponsabilização do
estado na criação de uma alternativa pública.
9- Uma Universidade Empresarial como foi apresentada pela Associação
Empresarial da Região de Viseu, sem necessidade de construção de
infra-estruturas, visto que a formação aconteceria nas próprias
empresas, sendo estas a gerir e a definir as prioridades de formação e
investigação, não passa de uma ilusão que unicamente iria servir os
interesses das mesmas empresas, onde não se iria formar cidadãos
pensantes com capacidade de desenvolver ideias e projectos necessários
para a evolução de toda a população e tecido empresarial, criando assim
mão-de-obra preparada unicamente para as necessidades presentes, possivelmente descartáveis quando não fizerem falta.
Muitos mais podem ser apontados, mas o principal é relançar o tema, debatê-lo e propô-lo. Esta reivindicação tem mais de 10 anos e está na hora de se fazer ouvir!