Menu
Home
Notícias
Documentos
Agenda
Jovens
Comunidade
Opinião
Vídeos - Documentários
Foto Galeria
Dossiers
SCUT's
Universidade de Viseu
Serviço Finanças 2
Minas da Urgeiriça
Jornadas Parlamentares
Newsletter






a_tuabeira.gif 
     Car@ leit@r esta é uma
     secção sua.
     Uma secção onde serão
     publicadas as opiniões
     que nos enviarem com
     esse fim.
     Os textos deverão ser
     enviados para o e-mail:
      Este endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o JavaScript terá de estar activado para que possa visualizar o endereço de e-mail
     Não podemos publicar
     textos não assinados
     ou insultuosos.
adere.gif
Assina/segue-nos no:


Recebe automaticamente por email as novas notícias:


Insere o teu email


twitter-birds.png

Add to Google Reader or Homepage 

Outros

 

Site do Bloco de Esquerda de Viseu, Bloco, b.e., Esquerda de Confiança, Juntar Forças, São Pedro do Sul, Vouzela, Tabuaço, Oliveira de Frades, Santa Comba Dão, Penedono, Penalva do Castelo, Nelas, Mortágua, Tondela, Vila Nova de Paiva, Tarouca, Armamar, Resende, Cinfães, Carregal do Sal, Sernancelhe, São João da Pesqueira, Sátão, Coração de Jesus, Rio de Loba, Campo, Abraveses, São José, Orgens, António Minhoto, Osvaldo Numão, Maria Graça Pinto, Carlos Vieira, Carlos Couto, Daniel Nicola, Bandeira Pinho, Alexandrino Matos, Rui Costa, Joel Campos, António Amaro, Manuela Antunes, Carla Mendes, Joge Carneiro, Padre Costa Pinto, Francisco Louçã, Marisa Matias, Miguel Portas, Pedro Soares, Magaça

Aquilino, mestre das letras e da cidadania PDF Imprimir e-mail
27-Set-2007

aquilino_ribeiro.jpg

Os beirões, os tenazes e insubmissos beirões, foram pintados por Aquilino Ribeiro com expressionistas pinceladas em "O Homem que Matou o Diabo", "O Malhadinhas", "Terras do Demo", "Jardim das Tormentas" e "Andam Faunos pelos Bosques", e com vigorosos traços neo-realistas em "Quando os Lobos Uivam", que foi proibido e valeu um processo ao seu autor por pôr em causa a política salazarista de florestação forçada dos baldios ("A serra é dos serranos desde que o mundo é mundo, herdada de pais para filhos. Quem vier para no-la tirar, connosco se há-de haver!").

No prefácio a "Terras do Demo" Aquilino, rechaçando críticas à "literatura regionalista" assume-se modestamente "mais cronista do que carpinteiro de romance". "(...) o meu lexicon é o deles; as minhas vozes ouvi-lhas". "A aldeia serrana, como aquela em que fui nado e baptizado e me criei são e escorreito, é assim mesmo: barulhenta, valerosa, suja, sensual, avara, honrada, com todos os sentimentos e instintos que constituem o empedrado da comuna antiga. Ainda ali há Abraão e os santos vêm à fala com os zagais nos silenciosos montes; ali roda o velho carro visigótico nos caminhos romanos, mais velhos do que eles. É pagã, e crê em sua religiosidade toda exterior adorar o Deus de S. Tomás. Conta pelo calendário gregoriano estes terríveis dias de peste, fome e guerra, e está imersa nos nebulosos tempos do rei Vamba".
Para se compreender verdadeiramente a obra de Aquilino necessário se torna embrenharmo-nos no cenário natural e antropológico que o inspirou. Sentir o cheiro da caruma, a sombra dos castanheiros e o grasnar da gralha para viver plenamente as páginas carregadas de lúcido bucolismo. Respirar a liberdade bravia dos seus modelos serranos para perceber o telurismo e a rebeldia do Mestre. Não só a rebeldia do jovem revolucionário que combateu a monarquia de pistola na mão, e a coragem do conspirador contra a ditadura salazarista (tendo pago a sua insubmissão com a prisão, o exílio e a censura), como a do intelectual refractário a escolas e correntes literárias, apesar de estribado numa sólida erudição e cultura clássica que lhe permitiu absorver influências várias (desde logo a influência da vivacidade lexical do povo, estigmatizada de curiosidade "regionalista") e recriar (ou libertar!) a língua portuguesa com a rara originalidade dos génios.
Aquilino Ribeiro soube ser culto para ser livre. Dividiu a sua vida entre a leitura apaixonada dos clássicos e a luta pela liberdade e a igualdade. Uma vida acossada: três vezes foi preso por motivos políticos e outras tantas se evadiu da cadeia e por duas vezes fugiu para o exílio em França, na Alemanha e na Galiza.
Pelo meio viveu. E amou a vida. Amou as árvores, os bichos e as gentes que conheceu e que o moldaram como ser humano e como artista. Aquilino dizia que "o beirão converte a pedra em terra" - ele converteu a rudeza da linguagem e das personagens do povo no húmus da mais telúrica prosa portuguesa, ombreando com Torga. E, tal como o autor de "Novos Contos da Montanha", ao se debruçar sobre a riqueza da nossa terra e das nossas gentes, conseguiu universalizar a literatura portuguesa.
Aquilino Ribeiro podia e merecia ter recebido o prémio Nobel da Literatura, cuja candidatura muitos intelectuais em Portugal e no estrangeiro se esforçaram por promover, três anos antes da sua morte. Logo que esta foi noticiada, em 27 de Maio de 1963, a Censura proibiu os jornais de fazerem qualquer referência às homenagens que por todo o país lhe foram prestadas. Lamentavelmente, parece que o anátema salazarista ainda não foi revogado, mais de trinta anos passados sobre o 25 de Abril. Aquilino continua um escritor maldito, desconhecido da maioria dos portugueses.
A trasladação dos restos mortais do mestre para o Panteão Nacional, resolução da Assembleia da República, aprovada, por unanimidade, em 20 de Março de 2007, é um significativo sinal de serôdio reconhecimento. Aquilino ficará bem acompanhado ao lado de João de Deus, de Almeida Garrett e de Guerra Junqueiro. Já quanto à companhia de Óscar Carmona, talvez que nem a de Humberto Delgado (de quem foi apoiante activo durante a campanha presidencial do "General Sem Medo") impeça o mestre de se revirar no túmulo.
Mais importante, contudo, para honrar a memória de Aquilino Ribeiro seria a sua trasladação para os currículos escolares. Como é possível que um dos mais criativos e originais escritores de toda a história da literatura portuguesa, e um dos mais importantes do século XX, se não mesmo o maior, não seja estudado nas nossas escolas?
Quanto à petição que meia dúzia de monárquicos em vias de extinção pôs a correr contra as honras de panteão nacional a um "terrorista", preso por ajudar os "bombistas regicidas", são tiros de pólvora seca que só poderão fazer cócegas à alma granítica de um vulto com a envergadura moral do universal Aquilino.

carlosvieira.jpg

 

 

 

 

 

 

 

Carlos Vieira

 
< Artigo anterior
Destaque
bannercp11.jpg
Gui Direitos Estudante
brochuraestudantes.jpg
virus_12.jpg
Sites do Bloco

be_esq.jpg
grupo_parlamentar_copy.png
be_sitebe.jpg
 beinternacional.jpg
videos_parlamento.jpg 
videos_campanha.jpg
livraria_online_copy_copy.gif

be_ecoblog.jpg

Bloco no FacebookBloco no MySpace

 Bloco no TwitterBloco no Youtube

 Bloco no hi5Bloco no Flickr

Online
© 2024 Bloco de Esquerda - Distrito de Viseu
Joomla! is Free Software released under the GNU/GPL License.