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07-Dez-2007 |
Essa de Fernando Ruas dizer aos jornalistas para não se armarem em polícias, faz lembrar o monarca espanhol Juan Carlos, quando, saudoso do império colonial, mandou calar Hugo Chávez por ter chamado fascista a Aznar, por este ter apoiado o golpe de Estado de 2002 contra o governo democrático da Venezuela, (conforme foi confirmado pelo próprio ministro dos Negócios Estrangeiros de Espanha perante uma comissão parlamentar), tendo sido necessário o povo venezuelano ir para a rua para libertar Chávez.. O rei de Espanha também foi malcriado quando saiu da cimeira ibero-americana a meio das críticas do presidente na Nicarágua à "conivência dos governos espanhóis com a ditadura capitalista e imperialista dos EUA", críticas secundadas pelo presidente da Argentina. Nas ruas de várias cidadãs catalãs têm sido queimados retratos do rei que já foi vaiado na recente visita a Ceuta e Melilha e no País Basco, onde foi apanhado por uma televisão a fazer um pirete a manifestantes bascos que o apupavam. "España, mañana, será republicana!"
Também Ruas aguenta mal a crítica e passa a vida a mandar calar os outros.
Já o ouvimos, várias vezes, a tratar mal vereadores da oposição. Ainda na semana passada, numa entrevista ao JN, classificou a oposição socialista na CMV de "gente vaidosa e convencida". Pena é que o líder distrital do PS, por vezes, se esforce por lhe dar razão. Refiro-me, por exemplo, às afirmações de José Junqueiro à RádioNoar, dizendo que não receberia os ex-trabalhadores da ENU (que anunciaram que passariam pela sede distrital do PS para entregar um documento, a caminho da vigília que realizaram no passado sábado, em frente ao Governo Civil de Viseu), porque o líder dos ex-mineiros não estava a ser sério politicamente e ele não conversava com gente que não fosse séria. Felizmente que o presidente da concelhia do PS, João Paulo Rebelo, é um político sério e recebeu mesmo os antigos mineiros na sede do PS.
Junqueiro apressou-se a redigir um comunicado de imprensa, tentando justificar a argolada com quatro requerimentos que os deputados do PS, Junqueiro e Ginestal, em Maio de 2005, dirigiram aos ministérios do Ambiente, da Economia, do Trabalho e da Saúde. Mas a verdade é que, apesar de Miguel Ginestal ter reconhecido, em 2005, que "há uma dívida do Estado para com os ex-trabalhadores da ENU", o Bloco de Esquerda foi o único partido que apresentou no Parlamento um projecto de lei no sentido de alargar a todos ex- trabalhadores do exterior das minas de urânio, independentemente da data da cessação do vínculo profissional, o regime especial de antecipação da idade (50 anos) de acesso às pensões de invalidez e velhice dos trabalhadores do interior das minas.
O início dos exames médicos periódicos aos ex-mineiros, nas vésperas da vigília em Viseu (depois do estudo científico MinUrar ter concluído que os habitantes de Canas de Senhorim, onde se situa a Mina da Urgeiriça, manifestaram concentrações de polónio e chumbo superiores às de outras freguesias estudadas), não demoveu os ex-trabalhadores da ENU de continuar a luta pelas restantes reivindicações: igualdade na equiparação a trabalhadores de fundo de mina; indemnizações aos familiares da centena de trabalhadores vitimados por cancros derivados da exposição radioactiva; e a extensão dos exames médicos aos trabalhadores de todas as minas de urânio, a realizar em todo o país (há ex-mineiros que foram trabalhar para outras regiões).
Os mineiros não se calam (por muito que isso agaste o deputado Junqueiro) por que têm razão. E sobre quem devem fazer mais pressões senão sobre o governo e sobre os deputados que sustentam o governo?
Os ex-mineiros são gente séria e merecem mais respeito por parte dos representantes do Estado culpado de negligência que os tratou como peças descartáveis.
Carlos Vieira
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