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Governo incapaz de fazer face aos desastres ambientais PDF Imprimir e-mail
02-Jun-2009
miguel_marisa01.jpgMiguel Portas, Marisa Matias, Rui Tavares e Manuela Antunes visitaram os terrenos da antiga mina da Cunha Baixa, perto de Mangualde, distrito de Viseu. Encerrada em meados da década de 90, a mina a céu aberto não foi recuperada e espalha até hoje radioactividade que afecta as populações locais.

Para Miguel Portas esta situação é absurda, até porque há fundos europeus disponibilizados para resolver este tipo de atentados ambientais, mas o governo português tem-se demonstrado incapaz de de lhes fazer face. "Das mais de 160 minas que desapareceram em Portugal, cerca de 60 eram de urânio, mas só há seis projectos de intervenção em curso", disse Miguel Portas, que ainda recordou que a intervenção feita na mina da Urgeiriça foi incompleta.

Para Miguel Portas, o perigo da radioactividade tem de ser levado muito a sério. "Dos 550 mineiros da Urgeiriça que estavam a trabalhar quando esta fechou, 160 morreram de cancro", denunciou.

As minas da Cunha Baixa pertenciam à planície uranifera das Beiras e constituem um grave risco para a saúde pública.

Os minérios de urânio eram sujeitos a tratamentos de enriquecimento por lixiviação estática (injecção de ácido sulfúrico nos minérios pobres para extrair óxido de urânio). As soluções eram recolhidas na galeria e bombeadas para a superfície, onde o urânio era recuperado por permuta iónica em leito fluidizado.

Esta actividade gerou o enorme problema ambiental actual. O urânio e metais pesados contaminaram a jusante da mina terrenos agrícolas ao longo de uma linha de água, desde a mina até ao Rio Castelo, que desagua no Mondego, contaminando os solos.

Pela lei, as zonas mineiras deveriam ser requalificadas: os antigos espaços mineiros deveriam ficar como eram antes do início da actividade. Mas as empresas mineradoras nunca cumpriram a lei.

 
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