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30-Jun-2010 |
Opinião
Texto de Maria da Graça M. Pinto
Numa magnífica tarde de sábado, em tempo de quase Verão, deslocámo-nos à Quinta de Sta Eufémia na zona de Lamego , em plena região vinhateira do Douro . A beleza e grandiosidade da paisagem não pode, a nosso ver, deixar ninguém indiferente. Alcandoradas nas encostas escarpadas e imponentes, serpenteiam vinhas plantadas e cuidadas por quem, com engenho e arte, e em sintonia com a natureza, produz esse maravilhoso néctar, reconhecido internacionalmente, que é o vinho da região.
A importância da preservação desta paisagem natural e humana, foi consagrada internacionalmente , pelo que esta zona é considerada Património Mundial.
Que privilégio podermos desfrutar
desta visão! Entretanto, no horizonte, surge uma amálgama de
estruturas gigantes e de fios que entrecruzando-se numa espécie de
novelo de Ariane , impõem-se de forma invasiva à paisagem e
agridem o equilíbrio entre a natureza e as gentes que, de há muito,
labutam nesses lugares.
São postes de alta tensão, ali implantados pela REN num percurso de
cerca de 15km, no meio das vinhas e próximo de povoações, à revelia
das populações. Segundo uma habitante da zona, surgem como cogumelos,
de um dia para o outro . A REN para tornear as normas internacionais,
que impõem que numa distância e superior a sete KM a obra deve ser
precedida de um estudo de impacto ambiental dividiu o trajecto em
troços.
Não se trata dos moinhos de vento que D. Quixote na obra de Cervantes
confunde com terríveis inimigos, mas de gigantescas estruturas reais e
agressivas de um património natural e humano cuja importância é
reconhecida por instâncias internacionais.
O acesso a bens, que representam uma conquista da humanidade, como a
electricidade não pode, quanto a nós, fazer-se à custa do respeito pelo
ambiente e muito menos, pôr em causa o bem-estar das mesmas
populações que, deveriam ser ao razão de ser do progresso.
A sobreposição dos ditames do lucro fácil e imediato ao equilíbrio
paisagístico e o desrespeito pelo direito nacional e internacional por
parte da REN , terá contado, certamente, com a cumplicidade do
governo.
E porque a actividade económica não pode sobrepor-se à lei e ao bom
senso, queremos acreditar que ainda seja possível inflectir na
decisão e encontrar traçados alternativos para que se ponha cobro a
este atentado ambiental! Haja vontade e coragem política para o fazer!
Maria da Graça Marques Pinto
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