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Orçamento Geral do Estado |
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16-Out-2010 |
Opinião
Texto de Maria da Graça M. Pinto
Em vésperas de apresentação da proposta do Orçamento para 2011, Passos Coelho reuniu com os quatro maiores bancos portugueses. A sintonia entre o líder do PSD e a banca não nos espanta! PSD e PS comungam da mesma submissão aos interesses financeiros.
Quando é noticiado que os “mercados financeiros” estão “nervosos” e não têm confiança no nosso país o que isso significa é que os bancos, | que são quem compõe os mercados financeiros, exigem mais sacrifícios à maioria da população portuguesa para tapar os buracos que têm nas suas contas.
Foi por isso que Governo português e o banco público enterraram no BPN mais de 4.000 milhões de euros, sem que soubéssemos quanto é que os contribuintes irão pagar por essa benesse à banca. Entretanto, O PS e o PSD, que fazem do equilíbrio orçamental a sua bandeira, silenciam esta situação que pode fazer o défice disparar significativamente e contam com a cumplicidade do Presidente da República e do Banco de Portugal.
Portugal poderá enfrentar uma nova
crise financeira em 2011, já que as contas do governo ignoram “o
escândalo financeiro do BPN”. As contas nacionais têm um “buraco negro”
que poderá ter graves consequências orçamentais à semelhança da Irlanda
que viu o seu défice aumentar de 10 para 32 por cento por ter sido
forçada a considerar nas contas nacionais o impacto da nacionalização
de um banco falido.
Mas, ao contrário de Portugal, que tem estado na mira
das instituições europeias, a Irlanda não está debaixo de fogo ,
apesar do seu défice ter chegado aos 32% !
Qual a razão da complacência europeia face à
Irlanda?.É que este país deu muitíssimo mais dinheiro aos bancos. Só o
Anglo Irish Bank recebeu mais 5 mil milhões que o previsto. No total, o
resgate dos bancos terá custado 40 mil milhões de euros, o equivalente a
quarenta submarinos.
Entretanto,as agências de rating não manifestaram
qualquer preocupação perante a “derrapagem” nas contas públicas
irlandesas . Por seu turno, os dirigentes das instituições europeias
desdobraram-se em elogios à política irlandesa: Jean-Claude Trichet,
saudou os anúncios “muito importantes do governo irlandês” como um
facto de credibilidade de Dublin em matéria orçamentária e Jean-Claude
Juncker disse que pensava que o governo irlandês poderia resolver o seu
problema sem ter de recorrer ao Fundo de Socorro Europeu e que tinha
tomado da nota da ambição do governo irlandês de reforçar a
capitalização do sector bancário. Durão Barroso remeteu-se a um silêncio
esclarecedor.
E é esta espiral de enganos que está na base dos sucessivos PECs. Sempre em nome do interesse nacional! …
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