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“Se gostaste do 12 de Março, faz o teu 5 de Junho”
09-Mai-2011
No discurso de encerramento da VII Convenção do Bloco de Esquerda,
Francisco Louçã faz apelo directo aos eleitores do PS, | do PSD e do CDS, e
em especial aos jovens, e sublinha que só um governo de esquerda pode
defender o emprego e derrotar a bancarrota.
Francisco Louçã começou por afirmar que o Bloco de Esquerda sai desta
convenção mais organizado, mais determinado, com mais clareza e
propostas. E sobretudo com mais garra, que “vamos buscar aos movimentos
sociais”, destacando mais uma vez a manifestação da “geração à rasca”,
de 12 de Março.
O coordenador do Bloco reafirmou que a escolha, na democracia, não é na
reunião do Ecofin da semana que vem, não é Barroso nem Strauss-Khan que
a vão fazer, mas sim as eleições de 5 de Junho. “Repitam todos os dias:
quem decide somos nós!”
O objectivo do Bloco nestas eleições, assumiu Louçã, é eleger mais
deputados que os 16 eleitos nas últimas eleições. O coordenador do Bloco
adiantou as prioridades do programa eleitoral que será levado a público
agora que a convenção terminou. A primeira será a criação de emprego, a
que se seguirão a reforma fiscal, a soberania agro-alimentar, a luta
contra a corrupção, a defesa dos Serviços Públicos e particularmente do
SNS, e com um destaque especial à defesa da banca pública. Sobre esta,
Louçã recordou que José Sócrates defende a privatização dos seguros da
Caixa Geral de Depósitos, e Pedro Passos Coelho a privatização parcial
do banco público. “A diferença é que um privatiza 1/3 e o outro metade
da CGD”, apontou.
Um que um governo de esquerda irá fazer, em contrapartida, é desenvolver a banca pública, garantiu.
Sobre o Serviço Nacional de Saúde, Louçã apontou a contradição de José
Sócrates, que diz defendê-lo mas está a tirar cerca de 300 euros a cada
contribuinte em cortes de gastos com o SNS, em redução de
comparticipações, etc. “Sócrates diz o que não faz e faz o que não diz”,
ironizou Louçã.
O mesmo acontece com a garantia de Sócrates de que não haverá cortes de
subsídios de férias e de Natal. É que com o congelamento de pensões e
salários e o aumento da inflação e da carga fiscal, as pessoas vão
perder os dois subsídios de forma indirecta, garantiu Louçã,
apresentando detalhadamente as contas.
O coordenador do Bloco recordou que a Irlanda, que assinou o acordo com
o FMI e UE, já está a renegociar os juros. E que a Grécia, um ano
depois da assinatura de acordo semelhante, está com juros de 24%, a
dívida está maior e o défice é de 10%.
Citando António Nogueira Leite, Louçã mostrou que até a direita
reconhece que os pobres vão ficar mais pobres com o acordo. Nogueira
Leite disse há pouco tempo que “o primeiro acordo de Portugal com o FMI,
há 28 anos, significou uma brutal transferência do factor trabalho para
o factor capital”.
Louçã terminou com apelos aos eleitores do PS, e até do PSD e do CDS, e
um apelo em especial aos jovens: “Se gostaste do 12 de Março, faz o teu
5 de Junho”, em mais um apelo aos participantes da manifestação da
“geração à rasca”.
E terminou regatando a ideia da “esquerda grande” e defendendo a necessidade de um novo 25 de Abril.