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Comício em Viseu: Redução da taxa social única é "uma tragédia"
11-Mai-2011
Num comício realizado esta segunda-feira, em Viseu, Francisco Louçã falou sobre a 5ª proposta do Bloco que visa a renegociação das PPP's, e enunciou duras críticas ao programa eleitoral do PSD.
Começando por referir que o Bloco "tem disputado o terceiro lugar dos partidos em Viseu" e que os votos obtidos nas anteriores eleições legislativas "foram bem aproveitados", Francisco Louçã falou sobre a 5ª proposta do Bloco, de um conjunto de 20 propostas, exigindo a renegociação das Parcerias Público-Privadas. A este respeito, o coordenador bloquista afirmou que neste tipo de contrato "apenas o Estado é que tem risco", cabendo aos privados "a rentabilidade".
Para ilustrar o mau negócio que estes contratos implicam para o Estado, Louçã referiu-se ao contrato com a Mota-Engil para o Terminal de Contentores de Alcântara, onde existiria uma cláusula que implicava o risco de chuva, a partir do qual o Estado teria de suportar a empresa por eventuais paragens de actividade.
Louçã criticou as intenções do PS e do PSD relativamente às propostas de
privatizações anunciadas por ambos os partidos, referindo-se aos casos
da Caixa Geral de Depósitos e dos Correios, afirmando a este respeito
que é "uma aventura irresponsável privatizar parte da Caixa Geral de
Depósitos".
O deputado bloquista criticou ainda a intervenção do FMI e as suas
consequências como a recessão, o congelamento de pensões e o aumento do
IVA, afirmando que "é isto que está em cima da mesa nestas eleições" e
que o programa do FMI "é o mesmo que o PS, o PSD e o CDS-PP aprovaram".
Redução da taxa social única é "uma tragédia"
Francisco Louçã criticou duramente o programa eleitoral do PSD
referindo-se à proposta para redução em 4 por cento da Taxa Social
Única, que prevê compensar a Segurança Social através de receitas
provenientes do IVA, afirmando que o que "o IVA ganha é o que perde o
salário". A redução da taxa social única proposta no programa do PSD é
“uma tragédia” e uma ideia “incompetente” do ponto de vista económico,
pois “não garante a Segurança Social, piora a economia porque aumenta os
preços todos e torna mais difícil melhorar a economia do país”.
Na sua opinião, “este programa do PSD é um bodo às empresas que não
querem financiar a Segurança Social, apesar de os trabalhadores lá
estarem a trabalhar e a fazerem a vida daquela empresa”.
Segundo Francisco Louçã, a proposta de redução da taxa social única,
compensada por um aumento dos impostos, levou a que segunda-feira se
tivesse instalado “uma confusão” no PSD.
“Eduardo Catroga diz de manhã que é preciso balancear o IVA, Nogueira
Leite diz à tarde que é preciso reestruturar o IVA, mas as contas não
deixam nenhuma dúvida. Se o PSD não quer fazer as contas, eu digo aos
portugueses do que se trata”, frisou.
O líder bloquista explicou que se trata “de um abatimento de 1500
milhões de euros no financiamento da Segurança Social”, sendo a “única
forma de compensar esta diferença” subir dois a três por cento do IVA.
“Ou seja, pôr Portugal no IVA mais caro da Europa, um gigantesco aumento
de impostos, de tal forma que o contribuinte e o consumidor, ou seja,
todos os portugueses, vão pagar a diferença que as empresas não querem
pagar para a Segurança Social dos seus trabalhadores”, lamentou.
Francisco Louçã lembrou que José Sócrates foi “o primeiro-ministro que
mais aumentou o IVA” e, por isso, “o roto não pode dizer ao nu que vai
sem roupa”.
Louçã criticou ainda o Tributo Solidário, considerando que o "subsídio
de desemprego é um seguro e não uma esmola" e que o "que o PSD propõe é
que o trabalhador trabalhe 15h por dia".
No seu entender, Portugal tem de sair “deste ciclo depressivo em que a
economia fica sempre mais pobre, pior, com mais desemprego e mais
dificuldades”, e a Segurança Social tem de ser protegida.
Durante a sua intervenção no comício, Francisco Louçã aludiu ao debate
realizado esta na noite desta segunda-feira entre o líder do CDS-PP,
Paulo Portas, e o secretário-geral do PS, José Sócrates.
Considerou José Sócrates “muito engraçado” por ter mostrado uma pasta
vazia relativa ao facto de o CDS-PP não ter apresentado ainda o seu
programa eleitoral, mas disse que “ele devia ter posto na pastinha de
plástico o programa que o CDS já aprovou, que é o programa do FMI”.
“E podia ter olhado para ele e ter dito ‘olha que engraçado, é o mesmo
programa que o PS’”, ironizou, acrescentando ainda que também o programa
do PSD é “igual”.
"Viseu precisa de quem defenda os serviços públicos"
Rui Costa, o candidato do Bloco no círculo eleitoral de Viseu, falou
sobre a importância da proposta bloquista para a criação de um banco de
terras, importante para a região.
O candidato interveio no comício do Bloco e aproveitou para lembrar a
fraca rede de transportes públicos do distrito e o perigo da extinção de
serviços públicos. As portagens nas SCUTS, tema caro para a região,
também mereceram duras críticas por parte de Rui Costa.