Escola Azeredo Perdigão fechada a cadeado
19-Nov-2008
cs.jpg"Os alunos da Escola Básica 2, 3 Azeredo Perdigão, em Abraveses (Viseu), encerraram, ontem, a cadeado, os portões daquele estabelecimento de ensino, em protesto contra a política educativa. Cerca de centena e meia de estudantes manifestaram-se à entrada daquele estabelecimento de ensino, tendo sido necessário a PSP enviar para o local elementos do Programa Escola Segura e da Brigada de Intervenção Rápida, para reabrir as portas.

Mais de uma centena e meia de alunos protestaram, ontem, frente à Escola Básica 2,3 Azeredo Perdigão, em Abraveses (Viseu), contra o processo de avaliação dos professores, explicando que os docentes estão sobrecarregados e demasiado cansados para darem as aulas.
De acordo com informações do Conselho Executivo daquele estabelecimento de ensino, o guarda-nocturno da escola descobriu, na noite do passado domingo, que alguém tinha fechado os portões a cadeado. A situação manteve-se até ao início da manhã de ontem, altura em que foi pedido o auxílio da PSP, para retirar a corrente, tarefa executada, por volta das 8h30m, por elementos da Brigada de Intervenção Rápida daquela força de segurança, sob o protesto dos estudantes.

Contra processo
de avaliação

Apesar de os portões terem sido reabertos, grande parte dos alunos manteve-se no exterior da escola, junto à entrada, onde tinham sido colocadas várias faixas com mensagens a criticar a política educativa e exigindo a demissão da ministra da Edcuação.
Vários alunos explicaram que o protesto se devia ao processo de avaliação dos docentes. Joana Amaral referiu que "os professores andam cansados, não conseguem dar aulas e não passam tempo com a família" devido às inúmeras reuniões em que participam.
De acordo com a mesma jovem, "os docentes não nos conseguem ouvir e dar a matéria".
Uma das estudantes falou como aluna e filha de professores, sublinhando que só consegue estar com os pais à noite e mesmo, nessa altura, estes são obrigados a realizar trabalho relativo à avaliação e à escola.

Regime de faltas

Outro objectivo da manifestação foi o de dar conta da discórdia em relação ao regime de faltas previsto no novo Estatuto do Aluno. Os estudantes mostraram desconhecer o despacho assinado, no domingo passado, pela ministra da Educação, que desobriga os alunos com faltas justificadas, da realização de um exame suplementar.
O secretário de Estado da Educação, Valter Lemos, já veio explicar que os alunos com faltas justificadas têm, contudo, que passar por uma avaliação "de forma simplificada" que permita ao professor aferir as matérias não apreendidas durante a ausência às aulas, para que a escola possa estabelecer "medidas de apoio na sua recuperação". Fonte do Conselho Executivo da EB 2,3 Azeredo Perdigão referiu ao nosso Jornal que a escola ainda não teve, oficialmente, conhecimento dessa deliberação. "

in Diario de Viseu, ed. de Terça-feira, 18 de Novembro 2008

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