Apesar da realidade com que nos defrontamos na rua, no café, em qualquer
conversa que tenhamos no dia-a-dia, os números do desemprego no distrito
baixaram...
-Como é possível?
Pergunto-me como muit@s de vocês, e com esta, outras aparecem…
-Estes números incluirão aquel@s que continuam desempregados, mas que estão
a fazer formação?
Não, ess@s estão nos números de "sucesso" das Novas Oportunidades.
-Onde estão os números daqueles que migram?
Pois não interessa, já não são desempregados do distrito.
-Quant@s são aquel@s que não têm confiança no centro de emprego depois de
receberem cartas a dizer - "Não foi possível atender ao seu pedido."
- e acabam por não se voltar a inscrever?
MUITOS
-Dos "empregados" qual será a percentagem dos que apenas têm um
Part-Time mal pago?
DEMASIADA
Hoje em dia basta jogar com os números para poder dizer que Portugal está
"Porreiro, pá" . Com o pretexto de aumentar a literacia e competências
profissionais oferecem-se diplomas, uns a traz dos outros, não havendo um
enriquecimento real, ocupando o desempregado, diminuindo assim os números de desempregados.
Os centros de emprego estão obsoletos e não respondem às necessidades dos
Portugueses. Já à muito tempo perderam terreno para as Empresas de Trabalho
Temporário/Recursos Humano, que chegam a furtar 70% do salário ao empregado. O
próprio governo contrata-as para preencher sem responsabilidades os seus “novos
postos de trabalho”.
Da emigração não se fala, estando a aumentar em grande número de pessoas, do
jovem ao idoso, que nos deixam a procura de uma vida melhor no estrangeiro.
E quem está empregado? ...
É empurrado para a precariedade, que não é só no trabalho, é na vida,
arrastando com ele as suas famílias, aumentando as assimetrias entre classes!
Não vás em números, interpreta a realidade, luta pela alternativa!
Carlos A. M. Couto
"O desemprego no distrito de Viseu desceu 0,7 por cento no 3.º
trimestre de 2008, em relação ao período homólogo de 2007.
De acordo com o Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) de Viseu ,
o desemprego no distrito está em queda desde 2005, estando desempregadas,
actualmente, 15331 pessoas. Segundo o presidente do IEFP, Francisco Marcelino,
o "valor é ainda significativo" mas tem sido "combatido através
de políticas de emprego e formação".
Os dados do distrito contrariam a tendência da Região Centro. No 3.º
trimestre de 2008, a Região Centro registou um aumento na população
desempregada de 12,2 por cento, o que também constituiu o maior aumento
absoluto da população desempregada do país. A taxa de emprego aumentou de 5,1
por cento, no 3.º trimestre de 2007, para 5,7 por cento, no 3.º trimestre de
3008.
O aparecimento de grandes superfícies comerciais e de hipermercados e
supermercados foram os grandes factores que contribuíram para a diminuição do
desemprego em Viseu, uma vez que de alguma forma vieram ocupar o lugar deixado
por cerca de 10 médias e grandes empresas, que de entre 2005 e 2008, encerraram
as portas no distrito de Viseu. Malhacila, em Mangualde, Diatrada, em Viseu,
Johnson Controls em Nelas são alguns exemplos das fábricas fechadas.
Viseu, Lamego, Cinfães, Resende, Nelas, Magualde, São Pedro do Sul, Sátão e
Tondela são os concelhos onde o número de desempregados é superior a 500
pessoas e nos quais a maioria dos desempregados se encontra à procura de um
novo emprego.
O dirigente da União dos Sindicatos em Viseu, João Serra, afirma que é
necessário "olhar com muita prudência e cautela para os dados
apresentados". "O desemprego diminui efectivamente, mas nós estamos
preocupados com a qualidade de emprego que é proporcionada no distrito",
refere João Serra, sublinhando que "apesar do comércio e dos serviços
terem criado muita oferta de trabalho, as condições de trabalho não estão
asseguradas". "Cada vez mais as pessoas são contratadas a termo
certo, existe uma precarização dos contratos de trabalho e temos assitido a um
aumento da contratação de pessoas através de recibo verde", explica.
Para o dirigente sindicalista, em causa está "o futuro no emprego",
uma vez que com contratos a termo certo e precários as pessoas não asseguram um
emprego a longo prazo.
Em processo de falência encontra-se a a fábrica Lecomad e Basmold em Carregal
do Sal. De acordo com João Serra, as fábricas do grupo Basmad já se encontram
encerradas, estando os cerca de 250 funcionários a ser reencaminhado para o IEFP.
Temendo o desaparecimento de inúmeras pequenas e médias empresas que
"tentam sobreviver na crise", o sindicato preconiza a melhoria dos
contratos de trabalho e um maior investimento público como forma de inverter a
situação.
Taxa de desemprego em Portugal
> De acordo com os dados do INE, revelados na terça-feira passada, dia 18, a
taxa de desemprego em Portugal no 3.º trimestre de 2008 foi de 7,7 por cento,
tendo diminuído 0,2 pontos percentuais face ao trimestre homólogo e aumentado
0,4 pontos percentuais face ao trimestre anterior. "
in Jornal do Centro , ed. 349, 21 de Novembro de 2008