2000 alunos do Básico e Secundário Manifestaram-se em Viseu
05-Dez-2008
manif_rossio_alunos.jpgOs estudantes do básico e secundário voltaram às ruas esta quinta-feira, contra o Estatuto do Aluno, o novo regime de gestão das escolas e os exames nacionais, e pela implementação da disciplina de Educação Sexual. Foi em Viseu que o protesto mais se fez sentir, com dois mil alunos a desfilarem até ao centro da cidade.

Mais de dois mil alunos das escolas Emídio Navarro, Alves Martins,Secundária Viriato, Infante D. Henrique.de Viseu, e a Azeredo Perdigão concentraram-se hoje no Rossio, frente à Câmara Municipal. Os estudantes fecharam a cadeado as escolas secundárias Emídio Navarro, Alves Martins,Viriato, e a Infante D. Henrique.



protestoalunos_23514_7_01_n.jpgSegundo Maria Isabel Quaresma, da Associação de Estudantes da Secundária Alves Martins, quando "a PSP de Viseu foi retirar os cadeados à Alves Martins, foi lançado gás pimenta". "Muitos alunos ficaram a tossir e tiveram de recuar", disse a jovem à Agência Lusa. Também Raquel Silva, aluna da mesma escola, refere que "foi atirado gás pimenta. O ar estava irrespirável". "Senti uma impressão na garganta e os olhos a arder", sustentou. Segundo João Pereira aluno da escola manif_alunos_copy.jpgInfante D. Henrique, "fomos afastados do portão com o casetete " e acusa "é a terceira vez que acontece na minha escola".

Depois da manifestação no Rossio, e de aprovada a moção os alunos seguiram para o Governo Civil, para a entrega.


Vê a Baixo um vídeo e as reportagens na imprensa sobre a manif.

Também em Sintra, em Almada, no Porto e noutras localidades do país, os estudantes organizaram vários protestos, embora de menores dimensões.

"Estamos contra os exames nacionais, contra o regime jurídico de autonomia e gestão das escolas, contra o Estatuto do Aluno e o seu respectivo regime de faltas e a favor da educação sexual das escolas e por mais e melhor reforço de materiais e humanos", disse à Lusa Nicole Santos, da Delegação Nacional das Associações de Estudantes.

Por seu turno, a Plataforma Estudantil "Directores NÃO", que também participa nos protestos, recolheu à porta de várias escolas assinaturas para exigir a demissão da ministra da Educação, "Temos já 3.500 assinaturas no nosso abaixo-assinado e esperamos em breve chegar até às 10.000", disse à Lusa Luís Baptista, porta-voz desta estrutura associativa.

Segundo este activista o despacho do Governo que clarifica o regime de faltas continua a não satisfazer os estudantes, dao que continua a considerar justificadas apenas as faltas por doença, deixando de fora outras razões, como, por exemplo, morte de um familiar ou tarefas associativas.

 

 


Vê vídeo da reportagem da RTP AQUI!


 Audio-Reportagem TSF AQUI!

PSP nega uso de gás pimenta em protesto de estudantes

O comandante da PSP de Viseu negou, esta quinta-feira, em declarações à TSF, que os agentes da sua força tenham lançado gás pimenta para os alunos que se encontravam em protesto na escola Alves Martins de Viseu.

«Da parte da polícia, não houve utilização de gás nenhum. Os agentes deslocaram-se ao local, o funcionário da escola abriu os portões e, depois, os alunos tentaram bloquear a entrada de um portão», disse  o comandante Victor Rodrigues.

Nessa altura, continuou, «os agentes fizeram um cordão e foram afastando os alunos», mas, «como houve alguma resistência», os agentes fizeram «alguns empurrões não violentos».

Pelo contrário, «os alunos é que arremessaram» com alguns objectos, sendo que houve inclusive «um agente que levou com uma maça na cabeça», acrescentou.

«Quando vamos para uma ocorrência com alunos, há sempre uma actuação diferente, com muita ponderação», frisou o comandante da PSP de Viseu.

Estas declarações surgiram depois de Maria Isabel, uma estudante de 19 anos, ter dito à TSF que chegou a haver alguns momentos de tensão no protesto.

«Os portões abriram-se e veio a polícia. Houve uma pressão de parte a parte. Talvez para acalmar os ânimos, a polícia mandou gás. Entretanto, as coisas acalmaram», contou Maria Isabel.

O protesto dos estudantes do Ensino Básico e Secundário marcado para esta quinta-feira ganhou mais expressão precisamente em Viseu, onde mais de 1500 estudantes se manifestaram.

 in tsf.sapo.pt


 

Estudantes do Básico e Secundário regressam aos protestos

Audio-Reportagem AQUI!

Os estudantes do Ensino Básico e Secundário regressam, esta quinta-feira, aos protestos. Para além do regime de faltas, estes alunos estão contra os exames nacionais e o regime jurídico de autonomia e gestão de escolas.

Os estudantes do Ensino Básico e Secundário regressam, esta quinta-feira, aos protestos contra as políticas do Ministério da Educação, isto poucas semanas depois de o Governo ter esclarecido o novo regime de faltas.

As várias plataformas de associações de estudantes que se associaram a este «dia de nacional de luta» pretendem manifestar o seu descontentamento em relação aos exames nacionais e ao novo modelo de escolas, para além do regime de faltas.

«Estamos contra os exames nacionais, contra o regime jurídico de autonomia e gestão das escolas, contra o Estatuto do Aluno e o seu respectivo regime de faltas e a favor da educação sexual das escolas e por mais e melhor reforço de materiais e humanos», resumiu Nicole Santos, da Delegação Nacional das Associações de Estudantes.

Porto, Coimbra e Viseu são algumas cidades que terão manifestações destes estudantes, que têm o apoio de diversas associações de alunos de vários pontos do país.

 in tsf.sapo.pt


Vê vídeo da reportagem da TVI AQUI!

Quase dois mil alunos das três secundárias de Viseu concentraram-se, esta quinta-feira, no Rossio, frente à Câmara Municipal. Os estudantes acusam os agentes da PSP de utilizar gás pimenta.

Os estudantes fecharam a cadeado as escolas secundárias Emídio Navarro, Alves Martins e Viriato. De acordo com fonte policial, citada pela Agência Lusa, na cidade foi ainda fechada a cadeado a Escola EB 2,3 Infante D. Henrique. Os alunos dizem que a polícia usou gás pimenta, para conseguir abrir caminho e rebentar os cadeados que encerravam as portas.

O comandante da PSP de Viseu, Victor Rodrigues, garantiu que os cadeados foram retirados nas quatro escolas «sem incidentes de maior». «Se foi atirado gás pimenta, não foi pelos nossos agentes», afirmou.

O comandante diz ainda que foram arremessados ovos e maçãs contra as forças policiais.


 

Quase dois mil alunos das três secundárias de Viseu concentraram-se, esta quinta-feira, no Rossio, frente à Câmara Municipal. Os estudantes acusam os agentes da PSP de utilizar gás pimenta.

Os estudantes fecharam a cadeado as escolas secundárias Emídio Navarro, Alves Martins e Viriato. De acordo com fonte policial, citada pela Agência Lusa, na cidade foi ainda fechada a cadeado a Escola EB 2,3 Infante D. Henrique. Os alunos dizem que a polícia usou gás pimenta, para conseguir abrir caminho e rebentar os cadeados que encerravam as portas.

O comandante da PSP de Viseu, Victor Rodrigues, garantiu que os cadeados foram retirados nas quatro escolas «sem incidentes de maior». «Se foi atirado gás pimenta, não foi pelos nossos agentes», afirmou.

O comandante diz ainda que foram arremessados ovos e maçãs contra as forças policiais.

 

 

Alunos usam silicone para impedir aulas


A Escola Secundária Dr. João Carlos Celestino Gomes, no centro de Ílhavo, esteve esta quinta-feira encerrada depois de as fechaduras daquele estabelecimento de ensino terem sido vandalizadas.

O presidente do conselho executivo, Manuel Sousa disse ao JN que todas as fechaduras dos blocos da escola foram inutilizadas com a introdução de bocados e madeira e de silicone, uma situação que deve ter acontecido durante a madrugada, impossibilitando o acesso às salas de aulas.

As fechaduras dos portões exteriores da escola também foram inutilizados, com o corte de diversos cabos eléctricos. Houve necessidade de mudar todas as fechaduras inutilizadas, não havendo aulas durante o dia de ontem.

Manuel Sousa espera que a situação esteja hoje normalizada, classificando de "acidente anormal" e de "vandalismo" - que foi comunicado à GNR de Ílhavo - o que aconteceu ontem, e que impossibilitou a realização das aulas para 677 alunos e 111 professores.

Alunos da Secundária Alves Martins, em Viseu, acusam a PSP de ter utilizado gás-pimenta para os afastar, na manhã de ontem, dos portões da escola fechada a cadeado.

Os estudantes alegam que a dezena de agentes incumbidos de libertar o acesso ao estabelecimento de ensino "usou de uma violência desnecessária".

"Actos destes não se justificam. Os colegas queixam-se de ter sido agarrados por polícias e atingidos por gás pimenta que eles lançaram. Eu não vi, mas acredito nos relatos dos meus companheiros. É lamentável", criticou Guilherme Almeida, presidente da Associação de Estudantes (AE) da Secundária Alves Martins.

"Dizem que foi a polícia que lançou o gás. Também acho que sim. Não estou a ver os meus colegas a fazerem uma coisa daquelas", comentou Raquel Silva, de 16 anos, aluna do 11º ano de escolaridade. Uma tese semelhante à de Matilde Mata, de 17 anos, aluna do 12º, que ao final da manhã ainda se queixava de ter "os olhos a arder".

O comandante da PSP, Vitor Rodrigues, recusou qualquer tipo de violência exercida sobre os alunos. "Os agentes foram atingidos com bolos e maçãs. Se foi atirado gás pimenta, não foi pelos nossos homens", garantiu.

Além da Secundária Alves Martins, estiveram fechadas a cadeado a Emídio Navarro, Viriato e Infante D. Henrique. O protesto colectivo mobilizou cerca de dois mil alunos. "Fomos às escolas criar condições para que pudessem reabrir", acrescentou o comandante da PSP.


No Porto, a manifestação na Praça dos Aliados juntou três dezenas de estudantes. Os manifestantes insurgiram-se contra a política educativa do Governo .

O presidente das Confederação de Associações de Estudantes do Básico e Secundário, André Martelo, reconheceu que os números globais dos envolvidos foram inferiores aos registados em iniciaticvas anteriores.

 in Jornal de Noticias, ed. de 5 de Dezembro de 2008


A manifestação era de âmbito nacional mas, só os estudantes de Viseu é que aderiram em massa à greve. Com as escolas fechadas, marcharam para o Rossio e, de seguida, para a Avenida Alberto Sampaio, em frente ao Governo Civil de Viseu. A manifestação ficou marcada pelas acusações de violência, uso de força e de gás pimenta e uns ovos no edifício governamental


Antes da hora do início das aulas já os portões das escolas estavam fechados a cadeado. Oa alunos da Escola Básica 2, 3 Infante Dom Henrique, em Repeses e das Secundárias Alves Martins, Emídio Navarro e Viriato, na cidade, foram em marcha até ao Rossio, onde se juntaram cerca de 1500 estudantes.
Viseu marcou a greve nacional sendo que foi a única cidade que levou mais estudantes à rua, uma vez que noutros pontos do país foram apenas algumas dezenas de alunos que saíram à rua, como no Porto, por exemplo.
Ainda antes da partida para o centro da cidade já a manifestação dava que falar. À porta da Escola Secundária Alves Martins (ESAM) a confusão instalou-se quando elementos da Polícia de Segurança Pública (PSP) cortaram o cadeado e abriram os portões.
Entre encontrões, gritos e alguma confusão os estudantes acusam os agentes de "demasiada violência, quando não se justificava", como relata o presidente da Associação de Estudantes da ESAM, Guilherme Almeida. "Agrediram-me com o cassetete no ombro e deram-me um murro e eu tive que retaliar e empurrei os agentes", conta um dos alunos da escola Fábio Sampaio.
No meio dos confrontos também se queixaram do uso de gás pimenta, apesar de ninguém conseguir perceber de onde é que ele veio. "Estava uma grande confusão e foi na hora em que a polícia estava à nossa volta, quando, de repente, comecei a sentir uma impressão muito grande na garganta, parecia que estava arranhada e os olhos a arder muito e tive que sair dali. Nem sabia o que era só depois é que me disseram que era gás pimenta", relata uma outra aluna da mesma escola, do 11.º ano, Raquel Silva.

Comandante da
PSP desmente

O comandante da PSP, Vítor Rodrigues, contou aos jornalistas que, "infelizmente já não é a primeira vez que acusam os agentes deste tipo de atitude, mas isto não é verdade". "Para estas situações os agentes que vão em primeira linha são os da Escola Segura, que conhecem os alunos e professores e têm outra sensibilidade para com os estudantes. Nunca partiríamos para este tipo de violência com os jovens. Pelo contrário, foram eles que empurraram alguns deles mas, a ordem, era nunca reagiram para evitarem este tipo de acusações", relata o intendente Vítor Rodrigues.
O comandante adianta ainda que "nunca seria usado gás pimenta numa situação destas, onde há jovens". "É totalmente mentira. Se houve algum gás pimenta não partiu com certeza da PSP. Eles é que ainda foram agredidos com maçãs e bolos".
Vítor Rodrigues admite que, "quando os alunos quiseram impedir o corte do cadeado, os agentes tiveram a necessidade de afastar os jovens para fazerem um cordão humano e impedir o bloqueio do portão".

Reivindicação
dos estudantes

Com cartazes de protesto e algumas palavras de ordem contra as políticas do Governo, com especial enfoque na ministra da Educação, os alunos aprovaram uma moção que foi lida no Rossio, - um local escolhido estrategicamente por ser "mais indicado para darem a conhecer à sociedade as reivindicações", como conta Guilherme Almeida - e que foi entregue, minutos mais tarde, ao Governador Civil de Viseu, Acácio Pinto, que se responsabilizou em fazê-la chegar ao ministério.
"A luta continua, os estudantes para a rua" ecoava no Rossio, da boca de cerca de 1500 alunos que exibiam cartazes de contestação. "Ministra como justifico as faltas para ir ao teu funeral?" exibia um dos alunos. "Não podemos aceitar este Estatuto do aluno, nomeadamente o prazo para justificar as faltas. De cinco passou para três dias mas há muitos alunos que só vão ao fim-de-semana a casa", alerta Guilherme Almeida que faz referência ao que está escrito na moção..
"Estamos aqui para fazer frente às ofensivas levadas a cabo pelo Governo PS, queremos uma escola pública acessível, gratuita e com qualidade", acrescenta.
"Estamos aqui para fazer frente às ofensivas levadas a cabo pelo Governo PS, queremos uma escola pública acessível, gratuita e com qualidade", acrescenta.

Ovos no Governo Civil

Na avenida Alberto Sampaio junto ao Governo Civil de Viseu, já alguns alunos tinham dispersado. Em frente ao edifício governamental os alunos não pouparam assobios e apupos e, as palavras de ordem passavam pela exigência da saída da ministra da Educação.
De entre os gritos e saltos dos estudantes surgem ovos em direcção ao edifício. Os dirigentes associativos, através dos megafones, quando se depararam com os ovos apelaram ao fim deste tipo de manifestação. "Por favor não façam isso, assim perdemos a razão. Não podemos ter este tipo de atitude".
Uma atitude que Guilherme Almeida lamentou e, pessoalmente, pediu desculpas "pelos actos isolados de alguns alunos" ao governador civil. "Há situações que não conseguimos controlar. São muitos os estudantes e é possível que haja um ou outro que pratique este tipo de acto que condenamos", anunciou o dirigente associativo.

in Diario de Viseu, ed. de 5 de Dezembro de 2008