Antigos trabalhadores do urânio prometem voltar à luta |
29-Dez-2008 | |
![]() No final do jantar/convívio, o porta-voz da comissão de antigos trabalhadores da ENU, António Minhoto, anunciou que já em Janeiro será realizada uma marcha a pé entre a Urgeiriça (Canas de Senhorim, Nelas), onde estava sedeada a empresa, e a mina da Cunha Baixa (Mangualde). "Vamos mostrar ao país que estamos vivos", frisou, lembrando que os problemas ambientais da mina da Cunha Baixa "continuam por resolver", apesar de a ENU ter encerrado definitivamente no final de 2004. E anunciou também que os trabalhadores vão fazer "um manifesto público" a apelar para que o PS "seja penalizado nas eleições legislativas" e fique em minoria na Assembleia da República, para assim serem viabilizadas as suas reivindicações. A 7 de Março, o PS chumbou na Assembleia da República os projectos de lei do BE, PCP e PSD que davam resposta a estas reivindicações. O deputado do Bloco de Esquerda Francisco Louçã participou no jantar comprometeu-se a apresentar novo projecto de resolução na AR, "que será discutido junto com outros, para que o debate se volte a fazer". Louçã afirmou que se tratam de pessoas "que trabalharam uma vida inteira dentro do veneno da radioactividade" para, como num caso apresentado durante o jantar, receber 150,12 euros de reforma. "É preciso um grito enorme sobre o respeito, a dignidade destas pessoas e é por isso que eu me junto a esta luta. Acho que os mineiros são uma parte importante da história e do Portugal de hoje e das dificuldades do Portugal de hoje", frisou. "Portugal não se respeita se um banqueiro recebe 10 milhões de indemnização ou pensões extraordinárias ao fim de cinco ou seis anos de funções e um mineiro de uma vida de trabalho recebe 150,12 euros. Esta desigualdade é ofensiva e o Governo, se não reconhece as dificuldades, faz parte da ofensa", concluiu Louçã. |