Presidente da Cāmara mente na Assembleia Municipa |
30-Dez-2008 | |
Na Assembleia Municipal de hoje, depois da deputada do Bloco de Esquerda ter feito uma intervenção sobre o caso da família cigana a viver num estábulo, denunciado pela Associação OLHO VIVO, o presidente da CMV afirmou que a Cãmara já tinha oferecido um T2 àquele família e que teriam recusado.
Conforme eu disse na minha intervenção, na parte reservada ao público, a familia de etnica cigana tinha-me garantido que não tinham recebido qualquer oferta de casa por parte da CMV. Depois de sair da Assembleia Municipal voltei a contacta-los, a António Fernandes Pinto e sua mãe, Silvana Pinto que me reafirmaram sob sua palavra de honra, que o presidente estava a mentir uma vez que nunca receberam qualquer oferta de habitação social. Os ciganos do Bairro de Paradinha queixam-se da CMV estar a levar a efeito uma espécie de "limpeza étnica" transferindo ciganos de uns blocos para outros, de modo a ficarem blocos có para ciganos e blocos para "caras-pálidas". Aquando da inauguração do Bairro Social da Quinta da Pomba, o senhor presidente da CMV afirmou que aquele iria ser "um bairro muito digno" por já não ter os "constrangimentos sociais" que teve com o bairro de Paradinha. Hoje, ao verificar que não mora ali um único municípe de etnia cigana, somos levados a não ter dúvidas sobre a tradução de "constrangimentos sociais" como "realojamento de ciganos". A isto chama-se "racismo institucional". Além do mais, não me parece que um T2 fosse resolver, da forma mais adequada, as necessidades de habitação de uma família, com um casal, um filho de quatro anos e uma avó, sabendo nós que as casas de habitação social já têm os compartimentos muito mais pequenos do que o permitido por lei para uma habitação "normal"? Será que as crianças ciganas não têm direito a um quarto só para si?
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