"A recessão económica prevista para Portugal, este ano, será de -0.8 por cento, em média, embora admita que possa ser pior", afirmou, ontem, ao nosso jornal o economista Alexandre Azevedo. 

Segundo adiantou, a 'única dúvida está na profundidade e duração da recessão", ou seja, "quanto tempo vai durar", especificou. "Se um trimestre, dois ou se o ano inteiro, passando para 2010", salientou.
"Perante o que acabei de dizer, o que Vítor quer dizer, em minha opinião, é que o somatório das medidas que cada país da zona Euro está a tomar - concertação dos bancos centrais - é manifestamente insuficiente para alterar este estado de coisas", explicou Alexandre Azevedo Pinto.
O economista realçou que "uma das debilidades da economia europeia, relativamente ao modelo norte-americano, é o facto de o Banco Europeu (BE) só controlar a inflação", enquanto nos Estados Unidos a Reserva Federal controla o crescimento económico e, ao mesmo tempo, a inflação.
A esse problema acresce um outro, que é o do "BE ter actuado muito mal até Setembro do ano passado, não tendo adequado a trajectória das taxas de juro, quando nos Estados Unidos a recessão já era uma realidade". Avançou, nesse ponto, que é previsível que as taxas de juro baixem de 2,5 para 2 pontos percentuais.
Alexandre Azevedo Pinto esclareceu que o "governador do Banco de Portugal é parte do problema e não da solução, uma vez que falhou na supervisão Banco Comercial Português (BCP) e ao Banco Português de Negócios (BPN). "Daí pensar que Vítor Constâncio devia demitir-se ou ser demitido", concluiu.

 in Diário de Viseu de Quarta-feira, 7 de Janeiro 2009