Movimento de Intervenção e Cidadania vai aprovar contas "É uma pura ficção considerar que o MIC possa ter alguma coisa a ver com a criação de um novo partido", referiu
ao DN Helena Roseta da Comissão Coordenadora do Movimento de
Intervenção e Cidadania. Helena Roseta frisa mesmo que "são os próprios
estatutos do MIC que afastam por completo que este possa estar na
origem de qualquer partido".
A actual vereadora do movimento Cidadãos por Lisboa referiu, ainda, que a experiência
da capital "terá de ser analisada", deixando claro que se trata "de um
novo caminho e de uma nova forma de apreciar as questões autárquicas
fora do tradicional esquema dos partidos".
Helena
Roseta reconhece que nos últimos tempos chegam aos jornais "ecos de
alguns movimentos de especulação e de construção de cenários" e
lembra, ainda, que não houve qualquer reunião da comissão coordenadora
do MIC. E a que está marcada para o início de Fevereiro tem como grande
objectivo a aprovação das contas.
Do lado de Manuel Alegre, o DN apurou que o cenário da criação de um novo partido é cada vez mais longínquo.
Na verdade, Alegre só não o descarta imediatamente, de forma explícita,
porque com isso perderia força negocial para condicionar José Sócrates
na elaboração do programa eleitoral com que o PS se apresentará nas
próximas eleições legislativas. Recorde-se que Alegre promoveu a
formação do MIC após as presidenciais de 2006 mas também criou uma
tendência organizada dentro do PS. Esta reuniu na segunda-feira passada
e decidiu manter-se, querendo continuar a "dis- cutir politicamente"
com a direcção do PS, numa base "programática" e não, como sublinhou o
deputado socialista, de "mercearia". Alegre manteve nessa reunião da
sua tendência no PS a porta aberta para formar um novo partido: "Nunca
disse que ia formar um novo partido mas também nunca disse que não ia
formar." Contudo, logo de seguida, sublinhou exclusivamente as
dificuldades, designadamente financeiras, de um processo desses. "Não
sou um aventureiro político, sou uma pessoa responsável. Um partido não
se faz como se faz um fato", afirmou.
Diário de Notícias ---- Domingo, 18 de Janeiro de 2009
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