uma boa casa de espectáculos para Viseu
06-Fev-2009
Viseu tem vindo a manifestar, | exuberantemente, um franco crescimento urbanístico. Mas tarda em recuperar a sua alma. Não tem desporto de nível, nem um grande teatro para grandes espectáculos.

A carência de uma boa casa de espectáculos é gritante. Depois da demolição irresponsável do saudoso Avenida Teatro, a cidade não recuperou a tradição cultural que a notabilizou.

Há dias, os jornais noticiaram ser intenção da Câmara Municipal erguer um Centro de Artes para 600 lugares, no Largo dos Caminhos-de-ferro, junto à Fonte Cibernética.

Considerada discutível a sua localização, parece-nos de ponderar seriamente a sua reduzida lotação, a reflectir, uma indesejável falta de ambição.

Com efeito, cidades como a Figueira da Foz, Guarda, Portalegre ou Vila Real têm, cada uma, uma grande casa com mais de 1.000 lugares, sendo contempladas com eventos de música, ópera, teatro e ballet, que ali se deslocam em programas conjuntos com os Coliseus de Lisboa e do Porto. A de Vila Real foi a mais frequentada, em todo o país no ano de 2007.

Ora, Viseu nada deve àquelas Urbes e tem a seu favor dois factores importantíssimos: a confluência de duas auto-estradas - A24 e a A25 - e, num raio de 240 quilómetros, bom acesso viário, a mais de uma dezena de concelhos, cuja população acorre à nossa cidade para presenciar os grandes espectáculos. Parece-nos assegurada a lotação de um grande Teatro para grandes eventos. Urge dotar Viseu de uma Casa de Espectáculos para um mínimo de 1.200 lugares •

Quanto à sua localização, permitam-me alvitrar o largo espaço onde funciona – ainda que por breve tempo – a feira semanal.



Texto de Fernando Ribas de Sousa, "Registos", in Jornal do Centro ed. 360, 06 de Fevereiro de 2009