1º Comício do Bloco de Esquerda em Nelas foi dos maiores de sempre no distrito de Viseu!
11-Set-2009

be_nelas_marisa.jpgO primeiro comício do Bloco de Esquerda em Nelas acabou por revelar-se um dos maiores de sempre no distrito de Viseu, esgotando por completo o Auditório Municipal num importante apoio à candidatura de António Minhoto para a Assembleia da República perspectivando assim um bom resultado que até poderá passar pela eleição, quebrando o ciclo hegemónico do PS/PSD/CDS que tem feito história em Viseu, mas que por Viseu não tem feito coisa nenhuma.

As intervenções começaram com o discurso do Mandatário Padre Costa Pinto que enalteceu o carácter trabalhador de António Minhoto e do seu percurso que se pautou sempre pela defesa intransigente da gente da sua terra através de muito “suor, lágrimas e sangue”, afirmando que o apoio público a esta candidatura é “feito com plena consciência e em total liberdade”.  Já o candidato salientou o facto de Viseu estar a envelhecer a olhos vistos por falta de investimento que obriga os jovens a migrar sem que deputados eleitos como Arnaut ou Junqueiro tomem qualquer medida, deixando morrer o pequeno comércio que é o sustento de tanta gente, prometendo em vão uma linha ferroviária que nunca chega, fazendo um ataque sem precedentes à universalidade do Serviço Nacional de Saúde e negando os legítimos direitos dos ex-trabalhadores da ENU. E aqui ilustrou a situação com um episódio ocorrido na quarta-feira no Hospital de Viseu em que esteve por motivo de doença, e que apesar de toda a propaganda relativa ao combate ao H1N1, tinha grande parte dos frascos com gel desinfectante vazios, porque uma gestão privada olha primeiro para os lucros e apenas depois para a saúde, ridicularizando ainda as taxas de internamento e cirurgia que até os mais idosos estão obrigados a pagar.


Quem também marcou presença foi a Eurodeputada Marisa Matias que “não podia deixar de apoiar quem sempre esteve presente na denúncia das injustiças feitas aos ex-mineiros e à população desta região onde as taxas de prevalência de cancro ultrapassam em muito as nacionais” e que em muito a ajudou na concretização do projecto de investigação sobre um dos maiores crimes ambientais de que há memória, e que foi o completo abandono das minas da Urgeiriça após a sua desactivação. Porque a “política pode ser muitas coisas mas a política é sobretudo as pessoas que a fazem e a forma que a fazem” e as “causas justas têm sempre contado com o Minhoto”.
Já no final da noite subiu ao palco Francisco Louçã, que numa clara demarcação do PS de Sócrates apontou que o fanatismo ideológico estava do lado de quem aprovava um código de trabalho que nem Bagão Félix ousou aprovar, de quem promove o trabalho precário e temporário, de quem privatiza o lucro e nacionaliza o prejuízo, de quem quer dividir o bolo do enriquecimento que se prove ilícito entre o fisco e o prevaricador, de quem obriga os reformados a pagar IRS, de quem atribui empreitadas sem concurso público... apontando para quatro razões válidas para votar no Bloco: a defesa intransigente dos direitos dos trabalhadores, o combate à corrupção, a luta por uma maior justiça social e a desprivatização de algumas empresas que eram do estado, porque “mais caro certamente foi a nacionalização do BPN pelo governo”, que aconteceu de resto sem qualquer fanatismo ideológico, numa óbvia resposta a José Sócrates que tem elegido o BE como principal adversário em ataques diários e sucessivos ao seu programa.