“Ao orçamento da recessão” Bloco contrapõe “orçamento da responsabilidade e do crescimento".
O líder do grupo parlamentar, José Manuel Pureza, confirmou, durante a sessão de encerramento das jornadas parlamentares, realizadas em Viseu, que o Bloco irá votar contra a proposta apresentada pelo governo para o OE’2011.
O deputado esclareceu ainda que o Bloco não aceitará “reduzir a despesa que é indispensável à democracia, que é a despesa com os mais pobres” e que o Governo e o Bloco têm posições “antagónicas” sobre aquelas que devem ser as medidas implementadas para o combate à crise. “Ao orçamento da recessão, que é o orçamento do governo, nós queremos aqui opor um orçamento da responsabilidade e do crescimento”, defendeu José Manuel Pureza.
O pacote de 15 medidas apresentado pelo Bloco de Esquerda
para “salvar o país da recessão” permite uma redução da despesa
idêntica àquela que é proposta pelo Governo, no entanto, “enquanto o
governo reduz esse valor nos salários e nas pensões, o Bloco reduz esse
montante fazendo cortes nas despesas inúteis, supérfluas e que se
prendem com a inércia e a manutenção de privilégios insustentáveis”.
Entre outras medidas, o Bloco propõe a criação de um Imposto Único sobre
o Património, tendo como objectivo o acréscimo de 600 milhões sobre as
receitas fiscais actuais, e que incluirá toda a propriedade mobiliária e
imobiliária, créditos e débitos e outros valores patrimoniais; a
tributação em 75% das mais-valias urbanísticas que decorrem de
benfeitorias provocadas por obras públicas ou da alteração do registo de
propriedade que permita a sua urbanização; e a redução imediata da
despesa, através, por exemplo, do corte para metade nas consultorias
jurídicas e outra assistência técnica não justificada, da utilização de
software livre na administração pública, da venda dos submarinos e da
transferência das convenções da ADSE com unidades privadas de
internamento para o SNS.
As medidas apresentadas pelo Bloco de Esquerda têm três grandes objectivos:
- Passar de uma projecção de redução do PIB em mais de 1% para uma
política realista com crescimento de pelo menos 1%, passando da recessão
à recuperação. O valor do estímulo directo à economia e à criação de
emprego com o Orçamento proposto pelo Bloco de Esquerda é de 2% do PIB.
- Basear a consolidação orçamental numa revolução fiscal e em contas exigentes.
- Melhorar a distribuição social do rendimento para reduzir a pobreza e
proteger o salário, respondendo a problemas estruturais da sociedade
portuguesa com uma política socialista para uma geração.
Consulte as 15 medidas apresentadas:
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