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Associação Olho Vivo denuncia várias falhas na Recuperação da Cava de Viriato
23-Jan-2009
A Associação Olho Vivo diz que a recuperação da Cava de Viriato é uma armadilha para crianças e adultos, denunciando várias falhas arquitectónicas que colocam em perigo os peões e automobilistas como, entre outros, a distância entre as lages de granito na zonas pedonais e o tamanho exagerado das valetas à beira da estrada. A Associação pediu também "(...)
esclarecimentos para o que nos pareceu
serem aspectos intrusivos de uma intervenção que poderá desvirtuar um monumento
único na Península"
Leia o comunicado.
Comunicado de
Imprensa
“RECUPERAÇÃO” DA CAVA
DE VIRIATO
É ARMADILHA PARA
CRIANÇAS E ADULTOS
O
Núcleo de Viseu da Associação OLHO VIVO enviou, em Março do ano passado, uma
carta à Direcção Regional de Cultura do Centro dando conta das nossas
apreensões face às obras de “Recuperação e Arranjo Paisagístico de parte do
Monumento da Cava de Viriato” (ver anexo).
Na
resposta, o Director Regional informou-nos, laconicamente, que “os trabalhos em
execução constam do projecto apresentado e encontram-se superiormente
autorizados e estão incluídos em projecto que foi objecto de apreciação nas
áreas de arqueologia e arquitectura paisagista”.
Claro
que uma obra da ViseuPolis não podia ser clandestina. Apenas pedimos
esclarecimentos para o que nos pareceu serem aspectos intrusivos de uma
intervenção que poderá desvirtuar um monumento único na Península ( colocação
de lajes de granito, muito bem aparelhadas, assentes em blocos de cimento, numa
fortificação de terra, à semelhança das cidades-acampamentos muçulmanas de que
há vestígios no Norte de África e, em melhor grau de conservação, em Samarrã,
no actual Iraque) e chamámos a atenção para a contradição aparente entre esta
modernização arquitectónico-paisagista” e a evidente preocupação emapagar os vestígios do passeio público
construído no século XIX (com acesso pela escadaria atrás do monumento a
Viriato), deitando toneladas de terra para cobrir as escadas e caminhos
talhados nos taludes para acesso ao alto da muralha, certamente para repor o
seu aspecto original.
Na
nossa carta chamámos também a atenção da tutela para o perigo que representa os
intervalos de 15 cm entre as lajes de granito. Ninguém ligou aos nossos
alertas. No entanto, a OLHO VIVO tem conhecimento de vários casos de pessoas
(crianças e adultos) que já caíram na Cava de Viriato.
Segundo um jornal local, a Câmara
Municipal de Viseu teria afirmado que aqueles intervalos entre os blocos de
granito se destinavam a impedir a circulação de bicicletas. Justificação
ridícula já que todos os dias se vêem lá pessoas a andar de bicicleta. Quem não
tem hipótese de circular com aqueles intervalos entre as lajes são os
portadores de deficiência, quer se desloquem de muletas ou de cadeira de rodas,
e os carrinhos de bebé.
Tão pouco se pode aceitar a desculpa de que as
obras ainda não acabaram, porque se do lado da Avenida da Bélgica ainda não
foram retirados os tapumes, a verdade é que quem entra pela Rua do Picadeiro ou
pelo novo passadiço aéreo não encontra qualquer obstáculo ou indicio de obras.
Os
moradores da Rua do Picadeiro também se queixam das luzes colocadas em pilares
de granito ao longo da estrada interior da Cava que encandeiam quem circula a
pé ou de carro e dificultam as manobras automóveis nalgumas curvas, como a da
saída para a Rua do Coval, correndo o
risco de enfiar os pneus na valeta, de onde dificilmente tirarão os veículos
dada a profundidade exagerada a que abriram a vala.Um
dos novos postes de iluminação da Rua do Picadeiro foi colocado exactamente na
parte mais apertada da rua; recentemente, uma técnica de Saúdedo INEM que ali fora chamada para uma
emergência, teve de sair da ambulância para orientar a manobra.