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09-Dez-2008 |
“Os bancos são mais
perigosos para as liberdades do que os exércitos. Se o povo lhes der
o controlo da sua moeda será privado de tudo. Até os seus filhos
acordarem sem-abrigo.”
Thomas
Jefferson, presidente dos EUA, 1802
Diariamente a
comunicação social vai dando conta de mais desenvolvimentos do caso
do Banco Português de Negócios com ramificações que chegam à
nossa região, já que o BPN tinha como um dos principais accionistas
um conhecido empresário de Tondela, ligado ao PSD, e é
proprietário de uma empresa concessionária automóvel, em Viseu, a
mais antiga do país, e das caves de vinho da Murganheira, o que
naturalmente tem provocado alguma angústia e apreensão nos
trabalhadores destas empresas. O próprio Dias Loureiro é de Aguiar
da Beira, onde o BPN tem um balcão na casa que foi do pai do
ex-ministro de Cavaco, situada precisamente no Largo Dr. Manuel Dias
Loureiro.
Se até o Vaticano teve
um banco que esteve envolvido num enorme escândalo, com falências e
ligações duvidosas, não se percebe a admiração de muita gente
ao constatar que o BPN mais parecia o Banco do PSD. Mas, claro, nem
o Papa nem Cavaco tiveram nada a ver com isso. Com efeito, para além
de José Oliveira e Costa, ex-Secretário de Estado dos Assuntos
Fiscais dos governos de Cavaco Silva (que o jornal Independente
denunciou ter perdoado, nesse cargo, dívidas fiscais a empresas), o
primeiro a ser preso, podemos encontrar ainda entre os ex-gestores do
BPN, Dias Loureiro, ex-ministro da Administração Interna de
Cavaco, Daniel Sanches, ex-ministro da Administração Interna de
Santana Lopes, Rui Machete, presidente da mesa do Congresso do PSD,
Fernando Aguiar Branco, pai do ex-ministro da Justiça de Santana
Lopes, Lencastre Bernardo, ex-Director do SEF e Arlindo de Carvalho,
ex-ministro da Saúde de Cavaco Silva. O Dário de Notícias revela
hoje mesmo que também no PSD-Madeira há ligações com o BPN,
nomeadamente, Jaime Ramos, líder do grupo parlamentar do PSD e
Sílvio Santos, ex-deputado do PSD e accionista do grupo que terão
sido parceiros em negócios em Cabo Verde.
Curioso será recordar o
caso SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança
de Portugal): Dias Loureiro era administrador não executivo do Grupo
Sociedade Lusa de Negócios (SLN), ligada ao BPN, quando Daniel
Sanches, seu amigo pessoal e ministro do governo de Santana Lopes,
adjudicou aquele sistema de comunicações, três dias após a
derrota do PSD nas legislativas de 2005, logo, num governo de gestão,
a um consórcio, liderado pela SLN, para o qual trabalhou antes e
depois de ser ministro. Os administradores da SLN e do consórcio
foram constituídos arguidos por suspeita de tráfico de influências,
mas depois de três anos de investigação, o procurador responsável
pelo inquérito mandou arquivar o processo, sem ter ouvido
testemunhas nem arguidos, incluindo Daniel Sanches (também ele
procurador-geral adjunto em licença de longa duração desde 2001)
que não chegou sequer a ser constituído arguido.
Depois do escândalo do
BCP ter passado impune, é inadmissível que o Banco de Portugal
tenha falhado na supervisão do BPN, com investigações
jornalísticas a denunciar irregularidades desde 2002. Patética foi
a prestação televisiva de Dias Loureiro, a cair em contradições e
a ser desmentido pelo vice-presidente do Banco de Portugal. Como é
que um homem que foi ao paraíso fiscal de Porto Rico com Oliveira e
Costa comprar duas empresas, uma falida e outra sem actividade, sem
que essa transacção clandestina apareça nas contas do banco, pode
continuar a ser conselheiro de Estado, para onde foi convidado por
Cavaco Silva?
Esperemos que Oliveira e
Costa não seja o Vale e Azevedo, ou seja, o “pião das nicas”
deste caso, ficando todos os outros responsáveis impunes.
Texto de Carlos Vieira, in jornal Via Rápida de 27.11.2008
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