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24-Mar-2009 |
A estratégia de vitimização e perseguição levada a cabo por José Sócrates ultrapassou ontem o ridículo e começa a prefigurar-se mais como uma patologia do foro psicológico ou psiquiátrico do que com meras características comportamentais. Isto a propósito da sua mais recente e descabida afirmação de que «O sindicalismo livre de tutelas partidárias serve os interesses de Portugal». A frase em si até é legítima, agora quando vem da boca de um Primeiro-Ministro que discursa exactamente no Congresso da Tendência Sindical Socialista, afecto à UGT que é liderada por João Proença, um alto dirigente socialista, configura em si a ideia de que José Sócrates está a ultrapassar os limites do razoável e só não dá vontade de rir porque creio veemente que o próprio o disse com toda a convicção e sinceridade, não se dando sequer conta do caricato quixotesco da situação.
Ou seja, o que se depreende destas declarações é que o
Primeiro-Ministro deseja sindicatos livres de influências partidárias,
referindo-se obviamente à "coligação" CGTP/PCP-BE, excepto o seu que
por ser socialista já é plural e livre! Se somarmos este episódio a
outros mais recentes podemos vislumbrar uma tendência evidente e
manifesta para o discurso da auto-vitimização num claro reflexo de
desresponsabilização, passando assim do homem providencial que faz e
acontece para o pobre coitado a quem todos querem bater. É vítima dos
sindicatos, é vítima de uma campanha negra por parte da comunicação
social (TVI e Público), é vítima no caso Freeport, é vítima na história
mal contada da licenciatura tirada com exames ao domingo, é vítima na
anedota que são os projectos das casinhas da Guarda, é vítima do défice
do governo anterior, é vítima da crise internacional, é vítima dos
"poderes ocultos" e das "fugas de informação", é vítima em tudo aquilo
que possa ser alvo de crítica ou opinião divergente.
Esta auto-desculpabilização e eleição do outro como bode expiatório não
passa a meu ver de uma estratégia concertada que visa ocultar a actual
baixa auto-estima que assola o nosso primeiro-ministro, resultado de um
egocentrismo e egoísmo que foram caracterizando a sua actuação ao longo
destes últimos 4 anos e que foram resultando quando o vento soprava a
favor, mas que agora já não servem por ver o país e o mundo desabarem a
seus pés logo no ano de eleições. Isto é, o culto do líder que tudo
pode e tudo faz e que foram apanágio deste governo e da maioria
parlamentar que o suporta só serve quando a maré está de feição, caso
contrário e quando as coisas começam a correr menos bem desviam-se logo
as atenções para aqueles que querem mal ao "nosso querido líder", não
podendo este ser responsabilizado por episódios e políticas que geram e
levam à contestação por parte das pessoas porque a José Sócrates só se
podem associar factos positivos em manobras de propaganda dignas de
regimes funestos, como a contratação de criancinhas para preencher
cenários ou como a entrega de computadores Magalhães aos miúdos durante
apenas o período em que decorrem as visitas do primeiro-ministro às
escolas para se retirarem logo de seguida, mal a comunicação social
abandona os locais onde decorrem as mesmas. Relembro-lhe é que as
pessoas que se manifestam na rua, nos cafés, no quotidiano... não têm
uma central de propaganda por trás que lhe delineiam os planos de
protesto. Pelo contrário, insurgem-se genuinamente contra políticas que
acham abusivas dos seus direitos. Não partem montras nem provocam as
autoridades, não são desordeiras nem violentas. Expressam a sua
discordância pelo método mais pacífico e democrático que encontram para
traduzir o seu descontentamento, e o nosso primeiro-ministro corre logo
a dizer que são marionetas dos sindicatos.
Caro primeiro-ministro, essa atitude de fuga constante à crítica, os
incessantes reparos que faz à oposição confundindo debate com insulto,
discussão com ofensas, em nada o dignificam a si, ao Partido
Socialista, ao Governo e ao País. Pelo contrário. Essas irritações
constantes são contrárias à cultura democrática. Essa fuga ao debate
com a pequena política que o caracteriza é o sinónimo da sua
desorientação quanto ao futuro do país. Se alguns o descrevem como
persistente outros dirão que é obstinado, se lhe disserem que é firme
outros pensarão que é teimoso, se o qualificarem como inflexível outros
pensarão que é birrento. Chama-se a isso divergência de opinião e em
democracia temos que conviver com ela. E há um ditado antigo que diz
que o maior ignorante é aquele que pensa que tudo sabe. E já o meu avô
dizia que saber ouvir é uma grande virtude.
Marco Daniel Nicola Veríssimo
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