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Distrito com mais 5.500 desempregados em 2009 |
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27-Mai-2009 |
Os dados relativos ao número de desempregados no distrito de Viseu permitem concluir que houve um aumento de 5. 600 desempregados no primeiro trimestre de 2009. Mangualde é o concelho onde, proporcionalmente, se regista o maior aumento, de acordo com a comparação entre o último trimestre de 2008 e o primeiro trimestre de 2009. Numa análise geral do quadro dos concelhos, regista-se que em todos os 24 aumentou o número de desempregados.
De acordo com um trabalho desenvolvido pelo Jornal do Centro – com base
apenas nos dados disponíveis no Instituto de Emprego e Formação
Profissional, uma vez que os dados estatísticos do Instituto Nacional
de Estatística apenas disponibilizam números referentes à região
Centro, justificando que as ‘estatísticas do emprego’, não vão ao nível
de distrito, só se encontram até a desagregação de NUTS II" –
comparando os últimos três meses de 2008, com os primeiros três de
2009, o concelho de Viseu regista mais 1296 desempregados. No entanto,
sendo capital de distrito, de dimensão superior relativamente aos
restantes aglomerados, leva à conclusão que Mangualde, com um aumento
de 623 desempregados é onde está a maior mancha. Na posição seguinte
surge o concelho de S. Pedro do Sul, com mais 479 desempregados, Nelas
com mais 460 e Cinfães com mais 396 residentes no desemprego. Por outro
lado, Vila Nova de Paiva e Lamego, são os concelhos com menor aumento,
seguidos de Armamar e Penedono.
Face a este cenário não é difícil encontrar explicações para tal
realidade. A dispensa de mais de 400 trabalhadores da Peugeot/Citroën,
em Mangualde desde o início do ano, é a principal razão, sobretudo,
para o aumento de desempregados em Mangualde e Nelas, uma vez que a
fábrica, sendo a maior empregadora do distrito de Viseu, absorve
trabalhadores de vários concelhos vizinhos, nomeadamente, Nelas,
Penalva do Castelo e Viseu. Já em Cinfães, o número elevado de
desempregados explica-se com a quebra da construção em Espanha, para
onde emigravam famílias inteiros para trabalharem na construção civil e
agora vêm-se obrigadas a regressar por não terem já trabalho no país
vizinho a viver a crise internacional.
Este cenário vai ao encontro do panorama nacional. A taxa de desemprego
atingiu os 8,9 por cento no primeiro trimestre de 2009, o que
representa um agravamento face aos 7,6 por cento do período homólogo de
2008. Ainda assim, os valores mais baixos encontram-se na zona Centro
(6,7, contra os 5,7 de 2008), que absorve 14 dos 24 concelhos do
distrito de Viseu (os restantes 10 fazem parte da região Norte).
Analisando o distrito, concelho a concelho, encontra-se uma distância
normal que vai entre Viseu e os restantes, mas regista-se a surpresa ao
ver Cinfães (1295 desempregados em Março) logo depois de Lamego (1479
desempregados em Março) e acima de Mangualde (1151 desempregados em
Março). Penedono é o concelho com menos desempregados (93 em Março),
seguindo-se Sernancelhe (206 desempregados em Março) e Mortágua (244
desempregados em Março).
Emprego no comércio volta a crescer
> A população empregada no sector do comércio em Portugal voltou a
crescer no primeiro trimestre de 2009, de acordo com os dados do
inquérito ao emprego, do Instituto Nacional de Estatística (INE). O
sector, em contra-ciclo com os números referentes ao emprego, registou
um aumento de 1,2 por cento, que corresponde a um ganho líquido de nove
mil postos de trabalho, adianta o INE.
A população empregada no sector do comércio em Portugal situa-se agora nos 791.6 indivíduos.
O secretário de Estado do Comércio, Serviços e Defesa do Consumidor,
sublinha em comunicado que "os dados vêem confirmar que o sector do
comércio tem conseguido encontrar soluções que permitam criar desde
2005, mais de 18,7 mil postos de trabalho".
Esta visão optimista do Governo contrasta com a opinião dos agentes do
sector no distrito de Viseu. Ao pessimismo dos comerciantes, que
assistem a fortes quebras nas vendas obrigando-se "a despedir
funcionários para não fechar a porta para todos", junta-se a voz do
presidente da Associação Comercial do Distrito de Viseu, Gualter
Mirandez. O dirigente admitia no início de 2009, que "20 a 30 por
cento" do comércio tradicional deve fechar as portas este ano, com
consequências "desastrosas".
ed. 375, 22 de Maio de 2009
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