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26-Jul-2009 |
De pedrada em pedrada, Fernando Ruas lá acabou por ser condenado ao pagamento de uma multa de 2.000€ pelo tribunal de Viseu. Não se retratou, não fez nenhum "mea culpa" pelo excesso de linguagem, não aceitou apoiar monetariamente uma qualquer instituição ambiental, não aceitou prestar qualquer esclarecimento público. Ou seja, não percebeu nada!
Não percebeu que a um titular de um cargo público, sufragado pelos eleitores, não se pode permitir este tipo de linguagem. Não percebeu que os fiscais do ambiente apenas estavam a desempenhar o seu trabalho, fazer cumprir a lei de todos, mesmo contra o interesse de alguns. Não percebeu que a ameaça, a coação e o incitamento à violência não se coadunam com o cargo que desempenha. Nem tão pouco entendeu que esta era uma questão básica de princípios: imaginemos agora que um grupo de cidadãos revoltados com o excesso de zelo da Polícia Municipal se permitisse a tais actos? Qual seria a reacção do Sr. Presidente? Porque nisto de leis não podemos ser selectivos, não podemos escolher aquelas que nos convêm e menosprezar ou ignorar aquelas que nos parecem à partida desfavoráveis.
Nem tão pouco nos podemos refugiar na "linguagem
beirã", seja lá o que isso for... Em Portugal conheço o português e o
mirandês, o resto são variações de sotaque. Até porque não foi um
inocente e metafórico "corram-nos à pedrada", foi antes sim um
"Corram-nos à pedrada! A sério. Estou a medir muito bem aquilo que
digo. Arranjem lá um grupo e corram-nos à pedrada!". Parece-me que
mediu mal. Ou não. Mediu mal porque acabou condenado, mas mediu muito
bem quando os fiscais do ambiente começaram a ser intimidados após este
apelo, ou seja "fez levar a água ao seu moinho"... Até acredito que o
Sr. Presidente não se referisse literalmente ao arremesso de pedras aos
fiscais, talvez pensasse antes nuns empurrões, umas provocações ou
ameaças...
A argumentação da sua defesa, quando viu que a alegação de
"masculinidade" da linguagem beirã não era bastante para a absolvição,
partiu para o facto de que nem ouve eco das ditas afirmações na
imprensa regional do dia seguinte... Bem, penso que isto não é de todo
um ponto a favor, e só demonstra mesmo o estado a que chegaram alguns
media locais... Houve entretanto outra guinada argumentativa para
tentar encontrar pontos comuns entre as afirmações de Fernando ruas e o
"malhão" de A. Santos Silva: Nem sequer são comparáveis e mesmo que o
fossem não eram obviamente justificação para a instigação pública ao
crime. Em desespero de causa ainda se lembraram de uma reportagem da
revista "Visão" que o apelidava "Saddam das beiras". Eu também ficaria
indignado, é que a guerra das pedradas é característica da Palestina e
não do Iraque! Esqueceram-se foi de trazer também à baila aquela outra
alarvidade proferida pelo Sr. Presidente: "Em Espanha têm a ETA, aqui
temos a EDP!" . Mais palavras para quê?
Após o conhecimento da sentença, os presidentes de junta e
vereadores presentes no Tribunal responderam em uníssono e lá se uniram
em volta do "rei da intifada beirã" e decidiram eles próprios ajudar a
angariar fundos junto dos seus fregueses para pagar a multa! Nem sei
porque é que se ofenderam tanto quando o Procurador os apelidou de "acólitos" ao ponto de ameaçarem partir para uma acção judicial: Se este peditório
não é característico de "acólitos" já não sei o que significa ser
acólito...
Agora aquela ideia peregrina do presidente da junta de Cepões de
pagar a multa com moedas de 1 cêntimo, bem... só se o Tribunal
desconhecer a lei, porque basta consultar o livrinho do banco de
Portugal relativo ao euro para se constatar que se podem recusar
pagamentos efectuados com mais de 50 moedas! Uma boa ideia era pedir
aos viseenses solidários com a "idade da pedra", que atirem umas
moedinhas para as fontes enclausuradas nas rotundas e contribuam assim
para o peditório!
É por estas e por outras que a palavra "Provinciano" ainda tem uma conotação pejorativa... Pudera!
Pedradas só no charco que caracteriza a actuação desta edilidade. Por mim, dia 11 de Outubro, é corrê-los a votos!
Marco Daniel Nicola Veríssimo
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