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Itália. Vemos, ouvimos e lemos. Não podemos ignorar. PDF Imprimir e-mail
14-Jan-2010

Blogosfera

Texto do Envolve-te

italia-liga-do-norte-racismo.jpgSão 7 e 30 da manhã, cumprindo o ritual diário de uma hora e vinte minutos de viagem para ir trabalhar, ouço na TSF que chega hoje à Grécia uma delegação do FMI (Fundo Monetário Internacional) que ficará toda a semana a escrutinar as contas e finanças da República Grega. Na mala trazem todas as imposições recorrentes para casos como este: diminuição do défice e da dívida pública, reforma da segurança social, congelamento de salários, um programa de privatizações, e a “reorganização” de todos os serviços prestados pelo sector público e da economia. A mesma fórmula foi aplicada na Irlanda e na Islândia. Os Estados com défices resultantes das medidas anti-crise também já levaram o puxão de orelhas da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) e da UE (União Europeia). Os avisos são claros e peremptórios: ou cumprem as regras do PEC (Pacto de Estabilidade e Crescimento) ou serão alvo de procedimentos e sanções por parte da UE já a partir de 2011.

 Esta celeridade nos avisos também chegou a Itália, visto que a sua divida pública atinge os 120% do PIB (Produto Interno Bruto). Porém, o silêncio é ensurdecedor quanto ao actual recrudescimento do racismo como política do Estado italiano. Instituições europeias, Chefes de Estado e de Governo, parlamentos nacionais… nada! O silêncio é total. O primeiro silêncio foi o que se impôs sobre a nova lei que criminaliza as pessoas que ajudarem os imigrantes ilegais ou que não os denunciem às autoridades. A porta da legalidade foi também aberta para a criação de milícias populares de combate aos imigrantes. Os cidadãos são convertidos em delatores, em «chibos», e as associações de apoio e solidariedade com os imigrantes passam a exercer uma actividade ilegal. Como este tipo de afirmações não podem ser feitas de uma forma leviana ou de puro arremesso ideológico, reproduzo as notícias que saíram na imprensa nacional nos últimos dias 8 e 9 de Janeiro.

1. O Governo Italiano anunciou uma nova medida que visa a «integração» das crianças imigrantes, proibindo as turmas escolares de terem mais de 30% de alunos estrangeiros. «As nossas escolas estão abertas às crianças do mundo, mas devem manter com orgulho as nossas tradições», explicou a ministra Mariastella Gelmini.
2. A Liga do Norte (Partido da coligação de Direita, no poder em Itália) quer proibir os muçulmanos de trabalharem nos serviços de limpeza na autarquia de Trento.
3. Bernardino de Rubeis, autarca de Lampedusa, está a ser julgado por declarações que fez em 2008: «Eu não quero ser racista, mas a cadeira dos pretos cheira mal mesmo se for lavada».
4. O Chefe da Liga do Norte, Umberto Bossi, qualificou os negros de Bingo Bongo várias vezes, referindo-se a um filme de 1982 em que Adriano Celentano interpretava um homem macaco.
5. A Liga do Norte propôs ainda reservar carruagens de comboios ou apoios sociais para Italianos.
Evidentemente que, com a ajuda das leis que têm sido aprovadas e com o discurso dos principais responsáveis políticos, o registo de actos de xenofobia, racismo e segregação têm crescido:
6. No jogos de futebol os jogadores negros são «simpaticamente» recebidos com a entoação de cânticos como «Preto de merda» (o último caso ocorreu com Balloteli, jogador do Inter de Milão, numa partida contra a Juventus).
7. Há dias foi espancado um etíope em Florença e agredido um egípcio.
8. Uns dias antes foi organizado, por um autarca também da Liga do Norte, o «Natal Branco», que visava recensear os estrangeiros de Coccaglio (3000 habitantes) e denunciar os clandestinos para, de acordo com a lei, serem deportados.
9. Na imprensa e nos jornais, são dezenas os anúncios publicados para o aluguer de casas que põem como condição «nem animais, nem estrangeiros», «só Italianos, chineses não» ou, mais simpaticamente, «excepto pessoas de cor».
10. A sete de Janeiro, depois de dois jovens dispararem com uma espingarda de pressão de ar contra um grupo de africanos que regressava de um dia de trabalho, ferindo dois deles, instalou-se a revolta entre os milhares de imigrantes do sul de Itália. A principal palavra de ordem proclamava «Não somos animais». Como é evidente, este legítimo e justíssimo grito de revolta não se fez de lenço branco na mão. Houve manifestações pacíficas em frente das instituições de poder da «democracia» italiana, mas também houve carros queimados, montras partidas, caixotes do lixo incendiados e confrontos com a polícia. À boa maneira das milícias populares de outros tempos, uma centena de Italianos armados com bastões e barras de ferro organizaram-se e tentaram forçar, na noite seguinte, uma barricada erguida a centenas de metros das instalações onde se encontravam muitos estrangeiros que tinham participado na revolta. Entre os Calabreses (Italianos de uma província do Sul), segundo o jornal La Repubblica, havia recipientes com gasolina preparados para incendiar os locais onde se encontravam os imigrantes.
11. O Ministro do Interior, interrogado sobre estes acontecimentos, disse: «A Itália tem sido nos últimos anos demasiado tolerante com a imigração clandestina».

Berlusconi, uns dias depois da agressão de que foi vítima, dirigindo-se aos italianos, dizia: «O amor sempre vence o ódio». Enquanto alguns se entretêm com a novela sobra a vida privada de Berlusconi, a Itália está a ferro e fogo. O Estado de Direito há muito deixou de existir, havendo um conflito permanente entre o poder legislativo, que funciona na justa medida dos interesses de Berlusconi, e o poder judicial. O racismo e a xenofobia foram transformados em políticas de Estado, não sendo salvaguardados os direitos fundamentais das pessoas. E tudo isto se passa com o silêncio da comunidade internacional que, com esta atitude, legitima não só a violação dos direitos humanos fundamentais como assiste serenamente à emergência de uma Estado racista.
A Europa e o Ocidente, de uma forma geral, sempre tão rápidos a intervir em várias partes do mundo em nome da democracia e da defesa dos direitos humanos calam-se perante a actual situação italiana. No Iraque, na Bósnia, no Afeganistão ou no Ruanda, são soldados da paz, são libertadores. Dentro de portas são carrascos. As contradições são evidentes. Só que os direitos humanos não têm fronteiras. O silêncio torna-nos cúmplices. Como dizia Sophia de Mello Breyner, «Vemos, ouvimos e lemos. Não podemos ignorar».

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