Home Documentos QUANTAS MAIS CASAS EM RISCO DE RUIR NO CENTRO HISTÓRICO?...
|
Car@ leit@r esta é uma
secção sua.
Uma secção onde serão
publicadas as opiniões
que nos enviarem com
esse fim.
Os textos deverão ser
enviados para o e-mail:
Este endereço de e-mail está protegido contra spam bots, pelo que o JavaScript terá de estar activado para que possa visualizar o endereço de e-mail
Não podemos publicar
textos não assinados
ou insultuosos.
|
Site do Bloco de Esquerda de Viseu, Bloco, b.e., Esquerda de Confiança, Juntar Forças, São Pedro do Sul, Vouzela, Tabuaço, Oliveira de Frades, Santa Comba Dão, Penedono, Penalva do Castelo, Nelas, Mortágua, Tondela, Vila Nova de Paiva, Tarouca, Armamar, Resende, Cinfães, Carregal do Sal, Sernancelhe, São João da Pesqueira, Sátão, Coração de Jesus, Rio de Loba, Campo, Abraveses, São José, Orgens, António Minhoto, Osvaldo Numão, Maria Graça Pinto, Carlos Vieira, Carlos Couto, Daniel Nicola, Bandeira Pinho, Alexandrino Matos, Rui Costa, Joel Campos, António Amaro, Manuela Antunes, Carla Mendes, Joge Carneiro, Padre Costa Pinto, Francisco Louçã, Marisa Matias, Miguel Portas, Pedro Soares, Magaça
|

|
QUANTAS MAIS CASAS EM RISCO DE RUIR NO CENTRO HISTÓRICO?... |
|
|
|
02-Mar-2010 |
(intervenção do deputado Bloco de Esquerda, Carlos Vieira, na Assembleia Municipal de 26.02.2010)
Há duas noites, uma casa degradada no centro histórico de Viseu, na Rua Senhora da Piedade, sofreu uma derrocada, deixando sem tecto um casal de idosos e ainda sete emigrantes indianos e uma outra idosa, moradores de um prédio contíguo que também ficou na iminência de ruir. O comandante dos Bombeiros Municipais, Jorge Antunes disse à comunicação social, que “só por milagre a derrocada não provocou vítimas” e que “o município tem um mapa das casas degradadas que, por sorte, ainda se mantêm de pé”.
“Milagres”, “sorte”... Estamos no domínio da metafísica, da abstracção. Sorte, de facto, teve um amigo meu, quando há poucos anos escapou “por milagre” à derrocada de uma casa no Largo Major Monteiro Leite. Há cerca de dois anos, o telhado de um outro prédio no Largo Major Monteiro Leite aluiu e, por sorte, não matou o empregado de um estabelecimento no rés-do-chão. Uma outra habitação no mesmo Largo, na esquina com a Rua do Arrabalde, também foi vítima da derrocada de umas águas furtadas, que “por milagre” não se abateram sobre a locatária.
Este não é só um problema de Viseu, é um problema nacional, pelo que
o Bloco de Esquerda, no seu programa eleitoral para as legislativas,
propôs um Plano Nacional de Reabilitação Urbana. Lamentavelmente, no
actual Orçamento de Estado, o Governo não prestou a mínima atenção a
este tarefa candente que só lhe mereceu um valor irrisório.
A imprensa de hoje, conforme disse há pouco o deputado Jorge Adolfo,
fala em mais 15 casas em risco de ruína, em Viseu.
Há meia dúzia de anos atrás, um estudo do Gabinete Técnico Local da
autarquia apontava para a existência de um terço das casas do centro
histórico de Viseu, cerca de duzentas, degradadas ou em risco de ruína. A
SRU – Sociedade de Reabilitação Urbana, começou com vinte anos de
atraso e, por este andar, não vai ter mãos para apanhar os cacos.
Ainda há poucos meses os moradores da Rua João Mendes, mais
conhecida por Rua das Bocas, acordaram com o estrondo da derrocada do
telhado da Casa das Bocas, o solar com mais de duzentos anos que
alcunhou aquela artéria devido às inusitadas gárgulas que ostenta no
alto da frontaria. Também “por sorte”, ou “por milagre” não caiu em cima
de ninguém.
Então, mas será que caminhar pelas ruas de Viseu equivale a jogar à
“roleta russa”? Não seria melhor a Câmara Municipal disponibilizar a
todos os munícipes e, já agora, aos turistas que visitam o nosso centro
histórico, o tal mapa das casas degradadas, a cores, de preferência,
para que possamos passar ao largo, ou a correr, pelos prédios
assinalados a vermelho?
Quantas são?... Onde estão?... Por que estão tantas casas degradadas
na decadente jóia da coroa da nossa cidade, o centro histórico?...
É certo que a Lei nº 60/2007, de 4 de Setembro, que procedeu à
alteração do Decreto-Lei nº 555/99, de 16 de Dezembro, que estabelece o
regime jurídico da urbanização e edificação, atribui aos proprietários o
dever de conservação, com obras de oito em oito anos. Mas também diz no
ponto 2 do artigo 89ª que “a câmara municipal pode, oficiosamente ou a
requerimento de qualquer interessado, ordenar a demolição total ou
parcial das construções que ameacem ruína ou ofereçam perigo para a
saúde pública e para a segurança das pessoas”. Ou seja, cabe aos
serviços municipais acompanhar e exigir o cumprimento daqueles
requisitos, vistoriar, notificar os senhorios para efectuarem as
reparações necessárias, ou sancioná-los com a taxa agravada do IMI.
Quantos mais prédios estão degradados?...Quanto estão em risco de
ruína?... E a quais destes prédios já foi aplicada a majoração em 30% da
taxa do IMI?...
Estas são as perguntas que gostaríamos de ver respondidas pelo
senhor Presidente da Câmara, agora ou em resposta ao requerimento que,
de qualquer modo, lhe iremos apresentar, através do senhor presidente da
Assembleia Municipal.
|
|
|
|
|