Ó Zé, aperta o cinto!… |
19-Mai-2010 | |
Opinião
«No dia 13 de Maio o primeiro ministro José Sócrates, anunciou ao país aquilo que todos nós já sabíamos. Na sequência de acordos entre o PS e o PSD vêm aí novas medidas de austeridade. Trata-se de mais uma evidência do renascer do Bloco Central em Portugal, unido em torno dos ditames de uma União Europeia obcecada pelo défice orçamental, em detrimento do crescimento, do desenvolvimento económico sustentado e do combate às assimetrias na zona euro. Texto de Maria da Graça M. Pinto
Tem sido assim há mais de uma década. Em nome do cumprimento do Pacto
de Estabilidade e Crescimento aprovado em 1997 pelo Conselho Europeu,
pede-se ao país que hipoteque o presente, a bem do futuro! E a verdade é
que, passada mais de uma década, os portugueses confrontam-se com o
crescimento, não da economia, não do desenvolvimento, mas das suas
dificuldades económicas, do desemprego e das desigualdades sociais.
É neste contexto que José Sócrates e Passos Coelho acordaram um novo pacote de medidas que serão gravosas, sobretudo, para os mesmos de sempre, os mais desprotegidos. O aumento de impostos cegos como o IVA irá penalizar, sobretudo, quem que já vive em condições de pobreza , os desempregados, os idosos e os trabalhadores que auferem de magros salários. E não é preciso ser especialista em questões económico-financeiras para concluir que a diminuição do poder de compra decorrente do aumento do IRS e do IVA irá, também, ter um impacto negativo a nível do crescimento económico. Mais uma vez as imposições da Europa neo-liberal , não se traduzirão em crescimento económico e desenvolvimento do país, mas num estrangulamento da economia e no agravamento do desemprego. Hoje, como ontem, o servilismo do Centrão face aos ditames de um projecto europeu neo-liberal sobrepõe-se à adopção de medidas enformadas por uma estratégia de promoção do crescimento e do desenvolvimento económico. O Governo, e os seus aliados do PSD que, pela boca do seu líder, Passos Coelho, afirmava, em Março , a total oposição a um aumento de impostos como medida de promoção da estabilidade financeira, irão, certamente, defrontar uma forte mobilização popular contra a versão dois do Programa de Estabilidade e Crescimento! Graça Pinto – Direcção Distrital do BE – Viseu, 17 de Maio de 2010.» |