Críticas em Cepões contra saneamento
19-Nov-2008
" A construção das redes de águas e esgotos nas povoações de Nelas e Bertelhe, em Cepões, está a provocar o desagrado de alguns habitantes. Queixam-se que além de um bairro clandestino, há muitas casas que são excluídas.

"As caixas de saneamento passam perto do sítio onde moro, a uns 40 metros, mas os mestres de obra dizem que não é possível levar a rede de esgotos até lá porque não dá o ponto. É triste. Bastava que afundassem a caixa dos esgotos uns 20 centímetros e o problema estaria resolvido. Mas creio que não têm orçamento", lamentava, ontem, ao JN, um morador da aldeia de Nelas, freguesia de Cepões (Viseu).

Os habitantes aplaudem, de um modo geral, a chegada do saneamento básico às duas aldeias de Cepões, mas lamentam e condenam que após uma espera de vários anos, "não estejam a fazer a coisas como deve ser", atira uma mulher de Nelas.

"Metade da povoação de Nelas vai ficar servida e a outra não. Uma situação injusta, até porque esperámos muitos anos por este benefício. Nunca deviam ter começado se sabiam de antemão que não iam poder fazer tudo de uma vez", condena a moradora que, como outros, pede para não ser identificada.

Na rua do Campo, que atravessa um bairro construído há mais de uma década, em terrenos baldios, actualmente com 11 casas, a indignação dos moradores é visível.

"Não há critério. Estamos a ser tratados pior que os animais. Estão a pôr o saneamento no bairro da Capela, construído há mais de 20 anos, também em terrenos maninhos, e nós é que ficamos de fora", queixa-se um chefe de família indignado.

"Não há razão para isso. O saneamento vai chegar a toda a gente", promete António Lemos, vereador da autarquia e responsável pelos Serviços Municipalizados de Viseu. Em declarações ao JN, o autarca identifica duas situações distintas que problematizam as obras de saneamento básico: a existência de duas Áreas Urbanas de Génese Ilegal (AUGI) e a dificuldade de levar esgotos a algumas casas sem ser por gravidade.

"Estamos a resolver os dois casos. Logo que as AUGI estejam legalizadas, o que está para breve, concluímos o saneamento básico. Estamos também a estudar a implantação de sistemas de bombagem onde não seja possível a condução de esgotos por gravidade". "

 in Jornal de Noticias