Comunicado da Associação de Pais e Encarregados de Educação Gomes
26-Nov-2008
associao_de_pais_e_encarregados_de_educao_gomes_eanes_de_azurara.jpg"Associamo-nos pois aos pedidos de revisão do estatuto do aluno e de suspensão do actual processo de avaliação, subscritos por professores e pais, para que se possa reflectir e encontrar outras soluções mais justas e mais orientadas para a melhoria do ensino e verdadeiro sucesso."
A Associação de Pais e Encarregados de Educação Gomes Eanes de Azurara defende que:

- Os professores sejam avaliados e as escolas sejam avaliadas com o objectivo primordial da progressão, não das carreiras ou remunerações, mas sim das práticas que conduzem ao verdadeiro sucesso educativo. (A progressão nas carreiras será também uma consequência natural dessa avaliação, mas nunca o seu primeiro objectivo).

- A escola pública prepare os seus alunos, nossos filhos, para enfrentar o futuro com conhecimentos, competências e hábitos de trabalho. Que lhes demonstre, mais por atitudes e exemplos do que através da exposição das teorias, que a vida, como a escola, é exigente e que nada se consegue sem dedicação e esforço. E que este é recompensado e reconhecido.

O modelo de avaliação docente que se pretende implementar nas escolas tem exigido dos professores o tempo e a disponibilidade que estes habitualmente dedicam à preparação de aulas e reflexão sobre as práticas pedagógicas. Uma catadupa de legislação, informações e despachos, emitida em contínuo e com inúmeras omissões e contradições. Apesar disso os professores, conscientes de que as decisões que agora sejam tomadas terão repercussão nas vidas de muitas pessoas, têm-se desdobrado em esforços para interpretar, desenvolver e adaptar um modelo que, nem eles nem nós, acreditam ser justo e verdadeiramente capaz de distinguir os excelentes dos muito bons e estes dos bons.

A melhoria dos resultados escolares como factor de avaliação dos professores, por pequeno que seja o seu peso, para além de ser sempre condicionada também por outros factores e não apenas pela qualidade do professor, pode ser indutor de facilitismo na avaliação dos alunos e consequentemente desmotivador do empenho, do esforço e da dedicação que queremos que a escola, com a nossa ajuda, incuta nos nossos filhos.

Também o novo estatuto do aluno é demolidor das mais elementares noções de justiça, tratando de igual maneira quem falta porque está justificadamente impedido de comparecer às aulas e quem simplesmente se ausenta sem motivo.

Associamo-nos pois aos pedidos de revisão do estatuto do aluno e de suspensão do actual processo de avaliação, subscritos por professores e pais, para que se possa reflectir e encontrar outras soluções mais justas e mais orientadas para a melhoria do ensino e verdadeiro sucesso.