Citroën volta a suspender actividade
26-Jan-2009
citroenmangualde.jpgA actividade da fábrica Peugeot - Citroën, em Mangualde, vai ser suspensa, desde hoje, dia 23 até dia 30 de Janeiro. De acordo com um comunicado entregue aos funcionários da empresa, os dias de suspensão serão contabilizados para a bolsa de horas.

 

Já no final de 2008, no mês de Dezembro, a empresa tinha optado por interromper a actividade durante cerca de 20 dias, aproveitando o período de férias do Natal. A quebra de encomendas é a razão apontada pelos responsáveies da empresa para a suspensão da produção.

Ainda de acordo com o comunicado entregue aos funcionários, a fábrica terá uma nova paragem em Fevererio, nos dias 2, 3 e 23, bem como de 2 a 6 de Março. A suspensão, nos meses de fevereiro e Março, irá contar como dias de férias.

Os trabalhadores receiam o futuro da fábrica do Grupo PSA que decidiu não renovar, até Março de 2009, 400 contratos de trabalhadores temporários e contratados a prazo. O grupo francês emprega, no centro de produção de Mangualde 1400 trabalhadores.

Surpreendido com a notícia, o ministro da Economia, Manuel Pinho, afirmou, à entrada de uma reunião ministerial dos 27 sobre a crise no sector automóvel, que o despedimento de 400 trabalhadores "significa uma parte pequena, significa um terço da fábrica de Mangualde".

A redução do número de operários conduz à eliminação de um dos turnos, passando a empresa a laborar apenas com dois turnos.

Contudo, o número de despedimentos pode ascender aos 600 funcionários. O responsável pela comissão de trabalhadores, Jorge Abreu, receia que, para além dos funcionários temporários sejam também dispensados trabalhadores efectivos.

Na semana passada, os operários contratados à hora reuniram-se com a Vedior, empresa de trabalho temporário, que revelou que a grande maioria dos 200 temporários vai ser dispensada.

Os operários mostram-se preocupados "com a incerteza que se vive dentro da empresa" e temem que os "direitos laborais não sejam protegidos". A comissão de trabalhadores da fábrica pediu a intervenção da Autoridade para as Condições de Trabalho.

O autarca de Mangualde, Soares Marques, acredita que a não renovação de 400 contratos trará um impacto negativo para o concelho de Mangualde e para os concelhos vizinhos. O presidente teme que o pequeno comércio, as médias superfícies e os transportes internacionais sejam afectados.

in Jornal do Centro ed. 358, 23 de Janeiro de 2009