Deu passo em falso e caiu na Cava de Viriato
19-Mai-2009
Um homem sofreu ferimentos num sobrolho, partiu os óculos e foi parar ao hospital de Viseu, depois de ter caído num dos vãos das polémicas lajes em granito da Cava de Viriato. Vai exigir responsabilidades a quem de direito.

Luís Carlos de Araújo, residente em Viseu, é frequentador do requalificado monumento da Cava de Viriato. Na passada quarta-feira, dia 13, o azar bateu-lhe à porta: ao passear numa das plataformas interiores meteu o pé num dos falsos entre lajes, desequilibrou-se e caiu. "Caí desamparado e bati com a cara em cheio numa das travessas. Sofri um golpe profundo e parti os óculos. A muito custo, porque perdi momentaneamente a visão, consegui pedir socorro para me levarem ao hospital", relata.

Conduzido em ambulância à unidade hospitalar, o homem acabou por ser suturado ao sobrolho com oito pontos. Apesar do azar, diz que teve muita sorte. "O médico disse-me que poderia ter ficado cego ou mesmo ter morrido", recorda.

Luís Araújo garante que não é a primeira vítima "do trabalho mal feito na Cava de Viriato". "O próprio maqueiro que me conduziu ao hospital, disse-me que a sua mãe também já caiu na Cava devido à irregularidade do chão em granito que ali puseram". Além dos ferimentos sofridos, a vítima partiu os óculos. O conserto custou-lhe 900 euros. "Alguém vai ter de pagar este dinheiro. Não sei se a Câmara ou a Viseu Polis. Mas vou exigir responsabilidades a quem de direito", avisa.

A Associação para a Defesa do Património, Ambiente e Direitos Humanos "Olho Vivo", que desde há alguns meses vem alertando as entidades para os perigos que o chão colocado na Cava de Viriato potencia, promoveu, ontem, uma conferência de imprensa, para denunciar mais uma vez a situação. "É estranho que a Câmara, que já reconheceu erros em alguns projectos, nomeadamente do Mercado 2 de Maio, não o faça neste caso", refere Carlos Vieira, dirigente da Olho Vivo.

"Lamento o caso. Mas foi precisamente na quarta-feira, que a Viseu Polis iniciou o enchimento dos espaços entre as lajes. Não o fizemos antes, porque tivemos de pedir autorização ao arquitecto Gonçalo Birne", disse Américo Nunes, vice-presidente da Câmara de Viseu. O autarca informa que qualquer queixa deve ser apresentada à Viseu Polis.

in  JN de 2009-05-16
TERESA CARDOSO