VIDEOVIGILÂNCIA NO CENTRO HISTÓRICO OU “BIOVIGILÂNCIA”? |
08-Fev-2010 | |
Opinião
Hoje é o Dia Europeu de Protecção de Dados, o que levou a Comissão Nacional para a Protecção de Dados a chamar a atenção da população para os riscos de divulgar informação e opiniões pessoais nas redes sociais, tipo Facebook, que poderão ser pesquisados, por exemplo, por empresas que pretendam saber dados não legais acerca da vida pessoal dos candidatos a emprego. Outro dos alertas prende-se com a utilização cada vez mais generalizada da videovigilância. Recordo que a Comissão Nacional de Protecção de Dados chumbou, há pouco tempo, a instalação de 32 câmaras de videovigilância na Baixa Pombalina, a pedido da autarquia lisboeta.
Num inquérito efectuado, recentemente, pelo Diário de Viseu, alguns dos entrevistados mais jovens manifestavam-se contrários ao uso de câmaras de videovigilância, apontando como alternativa o policiamento de proximidade (como agora está a ser feito na Rua Direita, graças ao Contrato Local de Segurança entre o município e o Governo Civil, reforçando o policiamento com meios humanos e de locomoção adequados àquela artéria) e o repovoamento do centro histórico. Essa é precisamente a solução que eu tenho vindo a defender, nomeadamente, nestas crónicas, indicando como alternativa mais eficaz aquilo a que chamo de “biovigilância”: a vigilância que só a vida social de uma cidade pode traduzir. A reabilitação de um terço dos edifícios do centro histórico, que se deixaram degradar, em alguns casos até à ruína, é um caminho que mal se encetou, estando com vinte anos de atraso. |