CORREIA DE CAMPOS REMODELADO
09-Fev-2008
correia_campos_rem1.jpgJosé Sócrates - o "Sócras",  como já ouvi várias vezes dizer a camponeses mais duros de ouvido ou menos destravados da língua - optou por fazer uma remodelação não demasiado extensa (para alívio de Maria de Lurdes Rodrigues e Mário Lino), não dando, assim, a entender uma assunção da incompetência do governo no seu todo, e, logo, da sua liderança e do seu programa de governo em particular, nem demasiado minimalista, para que não se pensasse que sacrificava o mártir Correia de Campos na fogueira do descontentamento popular.
           
           O ministro da Saúde ainda estrebuchou nos últimos dias, multiplicando-se em entrevistas e intervenções a tentar explicar o que já toda a gente tinha percebido: a sua obsessão pela redução da despesa levou-o a exceder a direita mais assumida acelerando o desmantelamento do Serviço Nacional de Saúde (SNS), com o fecho de maternidades, SAPs e serviços de urgências, sem ter concluído a instalação da Rede Nacional de Serviços de Urgência e os meios de emergência pré-hospitalar, ao mesmo tempo que continuava a financiar os grandes grupos financeiros privados, oferecendo, de bandeja, 10 novos hospitais aos bancos e ao grupo Mello. Uma administradora do grupo BES/Saúde, disse publicamente que "melhor negócio do que a saúde, só o das armas".      

            À contestação do povo, de Norte a Sul, acrescentou-se a iniciativa do Bloco de Esquerda de promover uma petição para obrigar a Assembleia da República a responsabilizar-se pela defesa do SNS geral, universal e gratuito. O primeiro subscritor é António Arnaut, socialista e ex-ministro dos Assuntos Sociais, fundador do SNS, e em oitavo lugar surge o nome de Manuel Alegre. Há até quem pense que Sócrates foi buscar Ana Jorge para dividir o movimento de Alegre.

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  Carlos Vieira