Opinião
Texto de Maria da Graça M. Pinto
«O Governo anunciou, na quarta-feira, novos atentados aos direitos de quem trabalha . Sócrates, obedecendo à voz do dono, Bruxelas, pretende precarizar, ainda mais, a vida de quem trabalha, mexendo no Código do Trabalho, por forma a facilitar os despedimentos.
E o número de desempregados sem qualquer protecção não
pára de crescer. Em Outubro, segundo dados divulgados pelo Instituto de
Segurança social, menos de 300 mil pessoas tinham acesso a uma
prestação de desemprego. Entretanto, se tivermos em conta que o INE
estima a existência de cerca de 609 mil de desempregados no último
trimestre de 2010 isto significa que a percentagem de pessoas sem
qualquer apoio ultrapassa os 48%. E quando se prevê um cenário de
recessão para 2011 é previsível que o desemprego conheça em Portugal
contornos ainda mais assustadores.
É, também, de esperar que as estatísticas de pobreza no
país continuem a disparar , contrastando de forma escandalosa com o
crescimento da riqueza de alguns que beneficiando da complacência do
Estado engrossam a sua fortuna à custa do erário público.
Segundo o Jornal Correio da Manhã, na zona franca da
Madeira mais de 740 milhões de euros fugiram ao fisco, sendo que num
total de 2678 sociedades, 2435 não têm nenhum trabalhador, sendo que o
seu endereço é, apenas, um endereço postal.
De acordo com o mesmo jornal, que teve acesso a dados
do Ministério das Finanças, 1.679 sociedades sedeadas no offshore da
Madeira declararam proveitos, mas apenas 51 pagaram impostos, o que
significa que se fosse aplicada a taxa média de IRC (20%), essas
empresas deveriam ter pago ao Estado português cerca de 750 milhões de
euros. No entanto o fisco recebeu apenas 5,9 milhões de euros.
Perante dados como estes, é preciso ter descaramento
para continuar a exigir sacrifícios aos mesmos de sempre e proteger
aqueles que arrastaram o país para uma grave crise económica e social.
Para quando a introdução de um mínimo de decência nas políticas
governamentais?!
Graça Pinto – Direcção Distrital do BE – Viseu, 11 de Dezembro de 2010.»
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viseumais.com
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